É com imensa tristeza que recebo a notícia da morte (ontem) de António Alçada Baptista. Um escritor e político singular das últimas décadas neste país. Fica a saudade e ficam as palavras. Como estas:
“Por mais estranho que pareça, homens livres, para quem a liberdade é efectivamente um valor, são os que estão presos por causa da liberdade dos outros.”
António Alçada Baptista, O Riso de Deus, Editorial Presença, Lisboa, 1996.
Entrevista na TSF ao vizinho Carlos Vaz Marques.
Category: Letras e Livros
Via twitter da Isabel Coutinho cheguei a este curioso serviço da Porto Editora: Português Exacto, um conversor de português antigo para português acordado, entre outros.
Um banco de jardim, uma osga bem falante, à sombra de Camilo.
” (…) No caso do romance que Mário de Carvalho editou este ano na Caminho, este desvio pode ser tão pernicioso que obnubile as qualidades de um livro em que a densidade da linguagem se adequa de um modo raro e exemplar ao propósito ficcional. (…)”
Via Derivados do Girassol chego a esta proposta de ocupação de tempos livres para logo à noite na Fnac do Chiado (às 19h30m):
O título deste post só é notícia seguramente para quem anda muito distraído das lides editoriais lusas. É o meu caso, há por aí mais alguém?
É desta que “ataco” o resto da obra que ainda não lhe conheço.
Via Da Literatura.
Escrever
Dois posts para a Tati, sobre palavras, da autoria de Vergílio Ferreira (do livro “Escrever”, Bertrand Editora”):
“30 Poupa as tuas palavras, guarda as melhores para o fim como o bocado num prato. Qual a última de que te vais servir? Não a imaginas. Mas a última que disseres ou pensares deve resumir-te a vida toda. Vê se a escolhes bem para remate do que construíres. Quando olhas a catedral o que fitas mais intensamente é o cimo das torres.”
“39 Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois da toda a tua agitação e projectos e realizações. As que esperam que tudo em si se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. As que podem sobreviver quando o grande silêncio se avizinha. As que terás talvez dito na confusão das que disseste. As que talvez sejam só uma por qualquer outra ser demais. A que é impronunciável por ser demais o dizê-la na exterioridade do dizê-la. A que se confunde talvez com a simples emoção de a dizer. A que talvez nem exista ainda antes de a inventares. A que, se a inventares, deixará logo de te pertencer. A que está antes da que te aflora mesmo ao olhar. A que é a identidade de ti quando a morte já tiver vindo quando a quisesses saber. Qual a tua palavra essencial que o próprio Deus desconhece?”
O nosso estimado vizinho Francisco José Viegas abraçou de novo a responsabilidade pelo revista LER e promove um novo blogue sobre literatura, o blogue da revista LER. Vai directo para o google reader.
Grafismo enxuto e agradável a prometer actualizações diário excepto ao Sábado. Para aficionados em palavras e na indústria associada.
De queixo caído… (Thanx Claudia).
Ah, já me esquecia o livro chama-se Lust in Translation. Já leu Francisco?
E quem vai traduzir “Lust in Translation” para português?
Alguma vez conseguiríamos encontrar o verbo “Cogitar” num título de um jornal de referência português? E se o procurássemos nas páginas de economia e finanças, ainda seria mais improvável, certo?
No Brasil não têm medo de usar o português, o Folha de São Paulo online, por exemplo, tem-los no sítio: “Fed cogita fazer novos cortes nos juros dos EUA“. Tau! Embrulha!
Depois venham-me cá com mais rodriguinhos e engulhos em torno do acordo ortográfico. Haja vergonha!