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Letras e Livros Religião

53 Livros

Este ano a ambição é maior do que nunca. Hei-de ultrapassar os 50 livros lidos!

Estou a ler agora uma colectânea muito interessante que fala de tudo um pouco, inclusive da gravidez.

"Javé Deus disse então à mulher: «Vou fazer-te sofrer muito na tua gravidez: entre dores, darás à luz os teus filhos; a paixão vai arrastar-te para o marido, e ele de dominará»". 

Gn,3,16 (Livro do Génesis, capítulo 3º, 16º versículo)

Eis um dos muitos castigos sentenciados por Deus, como penitência pelo pecado original. 

Nota técnica retirada da Bíblia Pastoral, Edições Paulistas, Lisboa, 1993:

"Pentateuco: Pentateuco é uma palavra derivada do grego e significa «cinco livros». Esta palavra é usada para indicar os cinco primeiros livros da Biblia, isto é: Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio. Os judeus dão a esta parte da Bíblia o nome de Torá, que significa Lei. (…)"

E mais não transcrevo que já deu para perceber num breve estudo que o que se segue da nota técnica – a interpretação ultra-sintética, ou melhor, a descrição breve mas mais substantivada do que é o Pentateuco e sua contextualização – é já por si matéria para contenda mortal não só entre religiões distintas mas também entre diferentes "escolas" da mesma…

Crendo-me um absoluto leigo, não consigo deixar de me espantar com os pretextos que o homem encontra para definir diferentes marcas, neste caso religiosas, com que se identificar. Por junto, um absurdo! Um absoluto absurdo! Bastou-me ir um pouco além da superfície (versões de judaísmo, de cristianísmo e de islamísmo, proliferando em todos os casos antagonísmo exacerbados) para ficar agoniado. Desculpem a sinceridade, mas foi literalmente assim que me senti: muito distante de qualquer tipo de inspiração reliogiosa que procurava.

Adiante! Após anos a fio a ouvir excertos seleccionados e a ver representações, dedico-me ao deleite genuíno de finalmente ir lendo o original de uma belíssima história, com o maior desprendimento possível.  Não se admire, caro leitor, se ler por aqui alguns sublinhados dos livros que este que lhe escreve vai lendo. Como é natural, os próximos serão sobretudo, extractos da Bíblia; dos seus 53 livros da versão católica apostólica romana.

Deus existe? Interessa-me muito pouco essa questão, for the time being.

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A Rainha da Sucata

Andam por aí umas vozes em sobressalto com o que se escreve na Net, e, à cabeça, com a crescente influência das temáticas, abordadas nos “bloguesâ€?, sobre a Opinião Pública Nacional. Cumpre-me aqui dizer que sou novo nos “bloguesâ€?, e suficientemente antigo, na Opinião Pública. E como me estou, à cabeça, aparentemente – depois, verão que não… – zenitalmente borrifando para os “bloguesâ€?, vou, pois, começar pela Opinião Pública.

Ora, em qualquer país pretendido civilizado, a Opinião Pública não é mais do que um misto de emoção e raciocínio difuso, que leva a que as sociedades exerçam, em conjunto, as suas auto-análises, os seus direitos espontâneos de aprovação e desagrado, e uma necessária catarse colectiva, fruto dos sabores e dissabores do Rumo da História.
Os períodos de Opressão e de Distensão medem-se, pois, pelo vigor e maturidade que essa Opinião Pública manifestar.
Na sua coluna de despedida do “Diário Digitalâ€?, Clara Ferreira Alves, criatura que nunca frequentei, nem sequer sabia que escrevia, mas que, naquele panorama do Ridículo Nacional, apenas me fazia, de quando em vez, sorrir, entre as suas apalhaçadas oscilações entre o negro azeviche e o louro caniche, dizia eu, centra-se, num dado momento da sua despedida, sobre a perniciosa influência dos blogues na tradicional “Imprensa Impressaâ€?: de acordo com ela, “A Blogosfera é um saco de gatos, que mistura o óptimo com o rasca, e (as vírgulas atrás são todas minhas) acabou por se tornar num magistério da opinião (d)os jornaisâ€?, os quais nunca foram sacos de gatos, sempre souberam recolher o óptimo, e nunca constituíram um prolongamento do magistério dos Interesses Ocultos Predominantes.

É óbvio que em todos os jornais, como em todos os “blogues”, como em todos os programas de televisão de carácter rasca, — terríveis eixos do mal –, “existe e vegeta um colunista ambicioso, ou desempregado, (as vírgulas continuam a ser minhas), ou um mero espírito ocioso e rancorosoâ€?, que pode ser vário, como os nomes de Satã.
“Dantes, a pior desta gente praticava o onanismo literário e escrevia maus versos para a gaveta, [publicando] agora as ejaculaçõesâ€?, as quais deveriam continuar a ser privadas, porque o exercício da cobrição, que tantas vezes levou a que um mau texto aparecesse nas parangonas da Crítica, fruto de uma noite mais ou menos bem passada, ou de uma jantarada em lugar eminente, poderia, e deveria, pelos mais elementares deveres do Pudor, nunca ultrapassar a atmosférica fronteira do Secreto e do Invisível. Para mais, parece que, nos blogues, escancarada janela rasgada sobre o Tudo, já não existe aquela claustrofóbica sensação das escassas três ou quatro janelinhas, onde a iluminação da Crítica Impressa revelava ao profano o pouco que se fazia, e, logo, podia aspirar a existir. Parece que nos blogues, dizia eu, se fala agora abertamente de tudo e de todos, e não apenas dos amigos, dos que nos assalariaram o texto, ou dos que nos pagaram para sermos gerentes da sua irremediável Insignificância.

Compreende-se a angústia da Clarinha: com a ascensão dos “bloguesâ€? e o declínio dos jornais, anuncia-se também o fim do monopólio das palas postas nos olhos dos burros, e daqueles que tinham o exclusivo poder de as pôr.
Clara Ferreira Alves manifesta-se inquieta pelo seu Presente, e teme pelo seu Futuro. Mais acrescento eu que o que está em jogo é, sobretudo, o seu PASSADO e o de todos os que se lhe assemelham, porque a Cabala, que, durante décadas, tão habilmente geriram, se está agora a desmantelar por todos os lados.

Nos “bloguesâ€?, nada mais existe do que quem diariamente fale de tudo e todos, sem defender quaisquer sistemas que não os da prevalência do Excelente sobre o Medíocre, do Livre sobre o Encomendado, e, sobretudo, quem o faça GRATUITAMENTE, ou seja, por mero Dever Cívico, por vontade de intervir, por caturrice, ou tão-só pela amistosa gratidão de poder Partilhar.

É verdade que com os “bloguesâ€?, poderá estar em jogo o fim da Palavra Comprada, e já estar a vislumbrar-se o início da Era da Palavra Livre e Particular, o Reino da Palavra Gratuita. Talvez seja isso a Comunicação Global. Em breve, também aí se fará a separação do Trigo do Joio, e passará a vencer quem melhor escrever e mais for lido, dispensando-se as tradicionais encomendas das almas.

Penso, publico, sou lido, e logo existo. Tudo o resto é vão.

Ah, e isto não é um texto para resposta, sobretudo qualquer tipo de resposta, como dizia o Vasco Pulido Valente, que metesse “na conversa a sua célebre descrição do pôr-do-sol no Cairo.

Muito obrigado.�

http://braganza-mothers.blogspot.com/

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