Com as imagens e o texto do artigo "Preconceitos Coloristas", o Mário Filipe Pires transmite-nos uma perplexidade pela qual, suponho, muitos de nós terão passado, mais ou menos conscientemente.
Lembro-me que a primeira vez que vi imagens reais sobre a Segunda Guerra Mundial tive um enorme baque: definitivamente eu tinha um arreigado preconceito colorista ao ponto de mistificar na minha memória os próprios acontecimentos históricos julgando-os absolutamente longínquos.
Foi também por essa altura que me apercebi que o volfrâmio que o meu avô transportava para Espanha em 43-44 era bem mais do que um adereço de contrabando num conto de Miguel Torga…
" (…) A falta de familiaridade com a cor real desta época (apesar dos efeitos do tempo sobre as emulsões) provocou-me uma sensação de estranheza e fiz imediatamente a associação mental com o que de mais próximo me lembrava, o cinema americano dos anos 50 e 60, o que mostra que as noções muito enraizadas podem levar-nos a conclusões erradas."
in Retorta.
A exposição "Bound of Glory – America in Colour 1939 – 1944" que serviu de pretexto ao artigo do Mário pode ser vista on-line aqui.