Uma breve citação do Público de hoje:
"A nova presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Alda Carvalho, que tomou posse há três meses, está satisfeita com a clarificação feita pelo Governo de que é o INE quem reporta as contas nacionais ao Eurostat e confiante de que será possível ultrapassar os "mal-entendidos" com o Banco de Portugal. Mas, ontem, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, não deixou de se queixar de "alguma arrogância" do banco central em aceitar as contas feitas pelo INE.
As relações com o Banco de Portugal… Se eu pudesse, dizia um disparate. Se calhar, nalgumas áreas, até eram boas de mais. Estabeleceu-se alguma subserviência de alguns técnicos do INE em relação ao Banco de Portugal", disse Alda Carvalho, em respostas às perguntas feitas pelo deputado do PSD Miguel Frasquilho. A presidente do INE também assinalou a "disparidade de meios" entre o instituto e o banco, que pode praticar melhores tabelas salariais. (…) "
Fica aqui o resto da notícia do Público:
" (…) Alda Carvalho começou por dizer que "as contas nacionais são o corolário do edifício estatístico nacional", saudando a decisão já tomada e em vigor de voltar a ser o INE a fazer o reporte dessas contas a Bruxelas. Esta responsável recordou que, segundo o Banco Central Europeu, o Banco de Portugal é a autoridade estatística nas áreas monetária e financeira. E esclareceu que ao INE não cabe fazer previsões, nem fiscalizar as contas, mas sim classificar a actividade financeira das administrações públicas.
O protocolo já assinado entre o INE, a Direcção-geral de Orçamento (DGO) e o Banco de Portugal permitira "acabar com alguns mal-entendidos", disse Alda Carvalho, que acredita que "há condições para que se faça um trabalho de qualidade sem que o INE perca o seu estatuto". O Instituto perdeu esse estatuto de entidade responsável pelo reporte das contas – em 2001, quando houve a primeira comissão Constância "Se deixou de o ser é porque alguma coisa correu mal. Essa fase tem de se encerrar", continuou a presidente do INE, que também anunciou que vai ser aprofundado um protocolo com o Banco de Portugal em relação a outras áreas, como o tratamento estatístico do crédito à habitação, de forma a evitar duplicações de recolha de informação. Ainda em relação às contas nacionais, Alda Carvalho lembrou que alguns atrasos na sua apresentação muitas vezes não se devem à equipa do INE, mas aos atrasos na disponibilização de dados administrativos.
Sobre a situação em que encontrou o Instituto, disse que havia mau ambiente, devido à reestruturação feita pela direcção anterior e decidida quando o ministro da tutela era Nuno Morais Sarmento, que não envolveu as pessoas, que se sentiram "muito maltratadas". "O ambiente era muito difícil. Foi logo evidente, ao falarmos com meia dúzia de pessoas, que o Instituto não aguentava outra reestruturação. A nossa entrada foi muito modesta. Não me peçam decisões rápidas, peçam-me decisões pensadas", disse Alda Carvalho. Agora irá ser feita uma consulta a todos os cerca de 750 trabalhadores para saber como estão a ser aproveitadas as suas capacidades e competências. "É muito provável que haja uma desadequação", admitiu a presidente do INE, que, do ponto de vista financeiro, encontrou uma "situação relativamente equilibrada". Segundo Alda Carvalho, houve, da parte da direcção anterior, esforço de contenção de custos, que pôs cobro a muitos desperdícios, mas que pode ter "posto em causa alguma qualidade na dimensão das operações".
Delegações vão manter-se
Alda Carvalho garantiu que não está prevista qualquer alteração na estrutura de delegações do INE. O problema, disse, foi que as delegações "terão rapidamente saltado para um nível de autonomia muito grande, mesmo ao nível das metodologias, que punha em causa a unicidade necessária" nas estatísticas, disse, explicando que tem de haver uma centralização de métodos. Ou seja, as pessoas que permanecem nas delegações, e que serão cerca de 170 (em 2004, eram 300), vão continuar a trabalhar fora de Lisboa, só que de forma única. Há uma tarefa que fica nas delegações, que é a recolha de dados, mas, além disso, há operações que podem ser feitas nas delegações desde que haja aí "massa crítica". E deu os exemplos do comércio externo, que é tratado no Porto, e do turismo, que está na delegação do Algarve. "