” (…) Mas gostava de tocar ainda num ponto fundamental. Se é caro e desgastante usar o carro, por exemplo para quem vem de Sintra, e se o utente é racional, o que se pode fazer? A menos que se pense em aumentar a capacidade de resposta do comboio – que na hora de ponta tem já muito pouca folga para acomodar mais utilizadores – a solução passa por promover, ou a relocalização dos empregos para junto das aglomerados urbanos, e/ou promover a relocalização das pessoas para perto do seu local de trabalho. Não há volta a dar. Se não se for por aí podem vir milhares de esquemas de portagem, podem vir mais e novas estradas, podem gastar o que não temos a fazer mais e mais linhas de comboio, podem apregoar aos sete ventos a necessidade de proteger o ambiente que o resultado será o mesmo: as pessoas continuarão a ter de se deslocar de forma pouco eficiente e extremamente dispendiosa. E notem que as casas devolutas já existem hoje, não surgirão amanhã caso as pessoas regressem à cidade; apenas estarão em sítios diferentes.
E aqui, no centro de Lisboa (que não na periferia) os transportes públicos ainda se pautam por andar quase sempre às moscas, a Carris então… (…)”