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Blogologia

O enlevo e o alambique (act.)

A ler "A FAUNA DAS CAIXAS DOS COMENTÃ?RIOS (o cravo)" por JPP.

Há quem nesta esfera pareça querer fazer de José Pacheco Pereira o móbil de tais paixões: entre o enlevo e o alambique. Aliás, é nesta vizinhaça que julgo ser mais fácil ainda ir encontrando paixões destas, aparentemente genuínas, em torno da política; mesmo assim rareando, a olhos vistos.

Por aqui vou tentando ser virtuoso face ao estimável vizinho (que tantas vezes zurzi), no sentido de conscientemente ter percebido que há muito mais a perder do que a ganhar havendo sã convivência. Por agora vou andando, sem cravos nem ferraduras, e com aberrações estatísticas à mistura. Por exemplo esta: há meses que não arranjo nada de muito substancial de que discordar com o estimado vizinho. Parece-me que se tivesse visto o último Quadratura do Círculo talvez arranjasse qualquer coisinha, mas hoje, mais uma vez, tiro o meu chapéu. Ainda que a prosa dê pano para mangas e não a assinasse por baixo. Provavelmente, haveremos de falar dela hoje ao fim da tarde, no interior de um fino palácio.

E quem sabe se desta, também (a ferradura).  

Ou então… não

11 replies on “O enlevo e o alambique (act.)”

acho de antologia que o meu homónimo (e do jpp, já agora), o “josé”, considere “voyeur” o jpp porque lê os comentários. “quer-se dizer” ler comentários é ser voyeur?

há algumas coisas que eu não escreveria (e a lista de nicks vai servir para atacarem o texto). mas do proletariado bloguístico acho óptimo – lembra-te dos grã-blog(uista)s e vê quais entram em comentários? não comentar fora-de-portas (e até intra-muros) é um sinal (estratégia) de distinção bloguística (aristocracia do blog?). acho que já meti isso num post qualquer mas não me lembro onde e quando

JPP revela alguns laivos de perplexidade perante a diferença de postura de cada um perante o meio (a perplexidade perante a disponibilidade para comentar e contra-comentar) mas no conjunto a análise parece-me muito interessante.
O José tresleu algumas partes do texto do JPP e fez uma síntese mais maneirinha para destilar um contra post. Apesar de se centrar no blogues a linhas tantas JPP escreve “Mas não é este apenas o único aspecto interessante, há outro para que não se tem chamado a atenção: o mundo muito próprio dos que escrevem sobre textos alheios nas caixas de comentários dos blogues ou de órgãos de comunicação em linha“. E o José ao comparar com mais detalhe comentários em blogues versus órgãos de comunicação social formais extrapola que JPP denegriu os weblogs, quando o que me parece é que dando como adquirido que é um fenómeno comum aos dois meios, se decidio a abordar o meio que menos conhecerão – o dos weblogs. Dai a saltar para o papão JPP que vai querer que se policie os comentários do blogs bastaram umas escassas linhas, não foi José GLQL? Dedo no gatilho fruto de outras guerras e outras batalhas onde o vizinho JPP andou metido, não é verdade?

E prontos, JPT, maneiras que me parece que é assim.

” (…) São, na sua esmagadora maioria, anónimos, mas o sistema de nick names permite o reconhecimento mútuo de blogue para blogue. Estão a meio caminho entre um nome que não desejam revelar e uma identidade pela qual desejam ser identificados. Querem e não querem ser reconhecidos. (…)”

Não sendo um defensor do não-anonimato, tenho que reconhecer que este diagnóstico assenta muito bem ao que transparece das personas de muitos nicks.

Eu tenho alguma dificuldade em ler o JPP. Acima de tudo, porque acho que ele não acrescenta nada, embora escreva muitos caracteres por dia. Muito frequentemente, limita-se a reproduzir o que «ouve dizer» ou «lê por aí».

Queres um exemplo? Repara nesta frase do artigo que referes Um caso actual é o do assassinato de uma menina de 10 anos, por um autor do blogue chamado «Strange Things are Afoot at the Circle K.» , que tinha feito pouco antes um comentário sobre canibalismo.»

Mas por muito que eu leia o blog em questão, não encontro um post recente do seu autor sobre canabalismo. Embora, de facto, os media norte-americanos o tenham referido inicialmente. Buato? E o JPP reproduz? Engraçado, pensei que ele se situava noutro plano.

Bem, lá vai apologia do homem.

Se olhares para JPP como estando ou pensando estar num pedestal é mais fácil detestar a figura (aliás é fácil detestar qualque figura nesse caso).
Também consigo perceber que seja fácil ver a hipocrisia de um pecador, um tipo cheio de defeitos como todos os outros, que vem de quando em vez deixar sublinhados éticos e morais expondo as contradições de outrem( veja-se o conflito de décadas que vai tendo com os media).
O engraçado é que ele não se situa noutro plano por mais que ele queira (será que quer?) ou que lhe queiram imputar.
Felizmente já o apanhei umas quantas vezes a gozar com o seu reflexo no espelho, tendo surgido muito pouca gente com a presença de espírito de topar isso. A figura para mim humanizou-se, digamos assim. E para isso a blogoesfera ajudou-o muito, até por lhe ter permitido, de alguma forma, reduzir as camadas de couraça com que habitualmente se vestia nas suas intervenções públicas.
Um dos divertimentos mais hilariantes foram os seus dez mandamentos para a blogoesfera portuguesa. E o modus operandi foi exactamente esse: partindo da crítica ao falso profeta de que era e é alvo e observando alguns exercícios anteriores complementados com a sua experiência no meio, divertiu-se com as 10 leis (basta ver a forma como as foi construindo para deixares de ter dúvidas quanto à auto-ironia).

Talvez o estimado vizinho seja demasiado blase e diletante mesmo (tantas vezes me tocou nos nervos e estou certo tocará), mas olhando para a fauna existente fica muitos furos acima da média e vai tendo alguns assumos de coragem e genialidade. Em relação aos media tem personificado na perfeição o “quanto mais lhes bato, mais eles gostam de mim”, por exemplo, o que se diz algo sobre a figura, diz muito mais sobre os media e sobre quem os lê.
Convém aqui notar que mal ou bem acompanho JPP há mais de uma década nos media.
Mesmo que queiras reduzir a sua actividade à síntese (parasitária se bem entendo) do que vê e ouve (é preciso ver que assina: historiador) dá um bom cronista na linha dos que temos tido no passado com algumas das melhores qualidade e dos “melhores” defeitos.
Há poucos como ele tão capazes de manipular e usar com eficácia da retórica. Já terei caído na esparrelas alguma vez, mas é um risco calculado.

Digamos que terei muito gosto um dia em apertar-lhe a mão. Merece-me um reconhecimento muito maior do que aquele que nutro pela grande maioria dos políticos que temos à esquerda e à direita. É um inimigo político que não desmerece ninguém.
Em suma, acho que JPP é uma figura muito interessante e, sendo uma pessoa notoriamente inteligente, a alergia que provoca funciona de forma sedutora, pelo menos para quem adora uma estimulante cotenda.
Agora, não é nem o meu oráculo, nem o meu guru. Não há nesta terra nenhum mortal que se conheça que me encha essas medidas. O problema é que é o oráculo e o guru para muita gente (para muitos órfãos políticos por exemplo), daí a marcação serrada de outros tantos e a relevância da sua denúncia.

Apresento-me:

e-konoklasta, já que o meu nick não lhes diz nada, é um dos citados pelo JPP, não o podem associar a um rosto conhecido, pudera, o meio é tão pequenino e asfixiante, que depois de muitos anos fora daqui, não era agora que tinha que passar pelos apertos de mão, beijinhos e palmadinhas, que o pequenino meio exige, para se existir.

Passei-me com o artigo do JPP, fiquei pior que uma barata, sobretudo que tento preservar o que faço, que tem apenas a importância que lhe dou, e, enviei-lhe um e-mail com um pequeno texto de introdução e a página, inteira, não um link, do http://e-konoklasta.blogspot.com. A surpresa deve ter sido grande, “parce que je ne fais pas les choses à moitié” e, como era de perver, o meu e-mail não foi publicado com os outros no abrupto… só podia, não tenho nada a mendigar a tal personagem ! Não só tem o rei na barriga, mas a VERDADE ABSOLUTA sufoca-o. Os deuses das pequenas coisas estão no “imago” http://e-mago.blogspot.com. @+

Ai ai…
Quem não gosta de comentários – de nenhum tipo – não põe comentários no blog. Simples.
Se é anónimo, se não é, o que é que isso importa?
É democracia em acção, no meu ponto de vista. Verdadeira liberdade para falar e opinar.
O tipo nem tem comentários no blog! E porquê? Porque não tem coragem para os ter. Tem um e-mail onde pode fazer a triagem a seu gosto por isso só passa aquilo que ele quer passar e nada mais.
Não me parece lá muito democrático nem corajoso.

Just my opinion…

Ah: e eu sou a Dunyazade aka Dunya aka Duny aka MorteAosAcaros aka �gata (real name) aka uma data de outros nicks que usava na irc (a maioria já perdi o registo).

Jokitas*******

Ontem estive aqui e ainda comecei a escrevinhar um comentário mas acabei por desistir, ultimamente ando a pastar a vaca e não sei muita coisa de jeito. De qualquer maneira aqui ficam os meus dois centavos.

O c**** do huno confirma-se como uma das cabecinhas mais reluzentes da blogoesfera. Ele tem toda a razão quando se indigna por JPP trazer e expor os trolls até ao jornal. Não só eles nao lhe podem responder como mexe com as pessoas visadas (vejam o 2º email da “maloud” que ainda nao vi publicado no abrupto, esta na GRANDE LOJA).

Eu li rapidamente e mal o texto original mas tambem me parece que ele está a tentar impor a sua visão na questao do anonimato/vs. autores com nome. Parece-me que ele quer usar de um meio apenas ao seu alcance (e de poucos outros, quase todos com uma quota parte da sua influencia) para desvalorizar os argumentos em contrário. Não quero entrar por aí mas existem razões muitissimo validas para usar um nickname, eu escrevi sobre isso no passado (http://mouronacosta.wordpress.com/2006/04/04/em-defesa-dos-nicks/ ).

Depois ele faz outra coisa, ainda pior: coloca o texto no blogue com ligações para os artigos citados, o que em si é excelente, parece-me absurdo que nos media falem que há um site sobre isto e nem sequer apresentem a url; mas ignora explicitamente os blogs da Zazie e de outros desses comentadores que incluem blogs na assinatura ou disponibilizam links no perfil do blogger. Os linques que ele coloca no seu texto servem para ampliar o efeito redutor no seu discurso – estes sao comentadores, porque eu assim o determino, e a essa condição os reduzo. Já para nem sequer falar no direito ao contraditorio.

E falando em comentadores de blog qual a diferença entre os que ele indicou e os “carlos” ou “madalena” que enviam frequentemente textos para o abrupto? Será o não se sujeitarem aos humores de um editor?

No resto concordo com o teu comentário Rui, agora post, aprendi bastante com o abrupto e acho que ele é, por norma, uma pessoa aberta e inteligente. Há uns tempos enviei-lhe um email a alertá-lo para um problema com o rss (erro no url) e em menos de duas horas ele publicou o feed completo.

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