Disse triunfal: "Olha uma preta!" e apontei sem juizo de valor, apenas em constatação de facto.
A senhora (que estava mesmo ali, no banco da frente do comboio) riu da atrapalhação da minha mãe e falou como se eu tivesse perguntado "Sou preta, sim senhor!". Ter-me-á feito uma festa e eu fiquei todo contente. Naturalmente passei o resto da viagem apontando o admirável mundo novo sem juizos de valor, apenas em constatação de factos que passavam pela janela ou que decorriam na carruagem. Exultando a cada nova descoberta.
Pouca-terra, pouca-terra…
E é tudo Vero, veríssimo!
P.S.: Para uma história complicada e triste, ler Trapaceiros. João Gabriel parece-me ter sido um excelente jornalista, em tempo longínquos.