1. "Um país não se pode mutilar e continuar incólume e em silêncio face a si mesmo."
2. " (…) Em Abril de 1506 a cidade de Lisboa vivia os horrores da peste e da impotência. Os habitantes procuravam através de rituais e cerimónias sagradas manter a fé. Reforçavam-se os apelos à misericórdia divina.
No dia 8 desse mês, comemorou-se o Domingo de Pascoela. Por toda a cidade se realizaram procissões e serviços religiosos em memória dos que haviam sido levados pela doença e em favor dos pecadores que aos milhares rogavam por vida sã.
Segundo mais tarde apuraram os conselheiros d’ El Rei e os nossos repórteres, no Mosteiro de São Domingos, o solo sagrado esteve perto de ser tingido de sangue, sangue de cristão-novo.
Hoje, passados 10 anos, são ainda frequentes quezílias com pretexto religioso e o massacre, se bem que nunca mais repetido, surge ainda bem vivo na memória de uns e de outros, atravancando a boa vivência entre todos os de Portugal. (…)
A Matança da Pascoela ocorreu de facto e é um episódio histórico também conhecido como o Progrom de Lisboa. O texto inspira-se em alguma informação recolhida sobre esse evento. No corrente ano de 2006 comemora-se o cinquentenário deste acontecimento."
3. "Renovo mais uma vez o desafio feito antes aqui: que no dia 19 de Abril vão à Baixa de Lisboa e no Rossio acendam uma vela simbólica por cada uma das vítimas. Quatro mil velas que iluminem a memória. – Por Nuno Guerreiro"