Pelas letras de alguns dos melhores escritores do país, pela diversidade de variações de pop-rock que testam, pelo grão da voz da vocalista (e tem mesmo grão!) este é, neste momento e de há uns anos a esta parte (desde o fim dos Trovante, provavelmente), o meu grupo português favorito no activo – (sorry about that Madredeus).
Um grupo que, como muito poucos, em português, nos conduziram a imensas variações de retratos de nós mesmos, visitando os nossos eternos problemas de expressão da alma lusa e universal. Tudo sem fórmulas que se estafam ao segundo ou terceiro álbum, fazendo um percurso inconfundível.
Hoje, 13 anos passados, surpreende-me ouvir o primeiro álbum. 13 anos? Não é possível, está fresquinho como no primeiro dia.
Do blogue da Patrícia, saco a letra que Manuela Azevedo diz ter sido a primeira que «(…) as pessoas levaram para as suas vidas (…)». Comigo foi assim.
Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
Letra de Carlos Tê.
(Tmabém publicado aqui)