Month: September 2005
Em busca do Norte
Amigos, inimigos, leitores e eleitores, vou ali já venho.
Conto regressar a tempo de votar em Carmona Rodrigues para a Câmara e no PS para Junta e para a Assembleia Municipal de Lisboa. E conto ainda vir a tempo de descobrir que a Sad do Sporting aproveitou a melhor oportunidade para mudar de treinador (proporcionada pela paragem do campeonato da próxima semana).
Conto vir mais levezinho e animado para mais desta loucura ligeiramente neurótica que é viver neste Portugal e ser frequentador desta esfera.
Fiquem bem que eu fazer marmelada para as berças.
A ler: "… ou a vã glória de mandar" por Sérgio Figueiredo no JNegócios.
"Liberalização, concorrência e privatização.
Liberalização por abrir os mercados aos operadores. Concorrência por acabar com coutadas nos negócios. E privatização porque o Estado vai deixar as empresas em paz. São os três eixos virtuosos do Plano Pinho para o sector energético nacional, ontem aprovado em Conselho de Ministros. É linear, é simples, é bom.
É tão linear e tão simples que exaspera só de pensar nos dias, semanas, meses que se perderam.(…)
O plano é bom, porque não é um plano, no sentido socialista da palavra. O plano Pinho é, afinal, um anti-plano. Tal como o dr. Pinho é um anti-ministro. O plano deve sobreviver ao criador."
"Atão?!" Que é lá isto?
Despedimento com justa causa em empresas públicas? Uma raridade!
Olha se a moda pega! Imaginem que se ia por aí adiante avaliar a qualidade, competência e respeito pela lei por parte de mais gestores? Qualquer dia ainda chegavam, sei lá, aos institutos públicos, não?
Generalizando deste caso particular e sem querer desculpar todas as situações possíveis, parece-me evidente que se quiserem ser mesmo rigorosos, poucos gestores permaneceriam nos cargos. É extremamente difícil cumprir rigorosamente as leis que enquadram a actividade dessas organizações. O desajustamento entre as missões institucionais e o enquadramento legal é o pão nosso de cada dia. Em muitos casos as ilegalidades justificam-se pelos verdadeiros nós cegos legislativos que levam a algum predomínio do desenrascanço face a condicionalismos político-burocráticos… Em quase todos os casos essas ilegalidades têm durante anos, por vezes décadas, cobertura das sucessivas tutelas que preferem esta vidinha a reformarem seja o que for.
A alternativa para muitos gestores (além de recusarem os convites que por vezes lhes chegam para gerirem a coisa pública), seria baterem com a porta, denunciando a falta de condições, mas isso é um fenómeno ainda mais raro do que este do despedimento com justa causa.
Não vos parece?
O caminho das pedras
Na sequência disto, que tal isto: A disputa pelo poder político deve ser analisada e realizada a um nível bem mais básico e menos imediatista do que o proposto pelo sistema partidário.
Um partido quando muda de lider não o vai contratar lá fora, isso nunca aconteceu até hoje, nem com Cavaco Silva, militante e quadro do partido com experiência aquando da rodagem que foi fazer à Figueira da Foz em meados do anos 80.
Parece-me que o paradigma, por diversas razões além das que aqui refiro, deve responsabilizar as pessoas, na melhor das hipóteses os grupos/facções dentro dos partidos que se atrevam a ir além da congregação de emergência para atacar o poder interno no momento seguinte à queda de mais um líder.
Num país onde dois partidos abarcam tamanha fatia do eleitorado e onde parece haver pouca receptividade que permita um crescimento significativo das restante oferta partidária (existente ou latente), é fundamental que se gerem variantes internas claras, que permitam ao eleitor ser capaz de avaliar o percuso desse grupos e identificar-se ou não com algum deles.
O que está em causa não é gerar-se uma ideologia unificada da "esquerda" ou da "direita", mas antes a criação de bolsas de lucidez e clarificação, pontos de referência que neste momento se encontram demasiado difusos senão totalmente exterminados pelo rolo compressor de uma concepção ultrarestritiva da liberdade de pensamento, expressão e representação democrática no seio dos próprios partidos (a disciplina partidária tem uma abrangência excessiva) e pelo efeito também ele opressor da absoluta prevalência da táctica política sobre qualquer concepção estratégica.
A instituição "partido político", que chegou a justificar-se como garante da existência de uma entidade sobre quem deveria recair a responsabilidade do exercícío do poder, serve cada vez mais para diluir essa mesma responsabilidade, perpetuando aos mesmos actores de sempre com a repetição ciclica dos mesmos "pecados". Parece-me que este é um dos maiores dilemas da democracia representativa portuguesa, particularmente preocupante neste cenário contemporâneo de Felgueirices várias. Um problema que está naturalmente relacionado com a incapacidade dos partidos em cativarem quadros e genuíno "amor à camisola".
Além do rumo certo (acesso à informação + capacidade de análise crítica + capacidade gerar soluções) será sempre necessária uma imensa paciência e determinação. Não é com sofreguidão nem com um permanente espírito de guerrilha que conseguiremos governar este país.
Para terminar…
Para terminar esta série de posts sobre futebol: provou-se que afinal o Sporting foi solidário.
Somos um clube de malta com o coração de manteiga. Choremos então todos juntos, Benfiquistas, Portistas, Setubalenses, Bracarenses. Um, dois, três…
Horror em Alvalade (última parte)
"Horror" em Alvalade? É só um jogo de bola minha gente!
O Paços de Ferreira já não irá a tempo, mas a Académica merece ir a Alvalade com outro treinador no banco do Sporting. E já agora, eu também.
E viva o Vitória de Guimarães!
Horror em Alvalade (2ª parte)
Pois que Tonel não entrou.
Recuperou-se o meio campo com a saída de Loureiro para a entrada de Custódio e…
No final, nos últimos 10s, Ricardo deu mais um dos seus habituais frangos e temos prolongamento.
Quem é capaz de apostar em quem vencerá?
P.S.: Está aqui um tipo a dizer que o guarda-redes não é o Ricardo… Há com cada um!
Horror em Alvalade…
Beto
Luís Loureiro
Wender
No final da primeira parte a exibição do sporting corresponde à tendência dos últimos jogos: afundando, afudando… com algumas agravantes, nomeadamente, a entrada de Beto para a saída de um dos jogadores em melhor forma, no momento, o também central Tonel.
Luís Loureiro consegue ser mais lento que o Pedro Barbosa em dia de folga.
Oremos…
Abaixo a solidariedade nacional!
Abaixo a solidariedade nacional!
Pelo menos logo à noite… em Alvalade… Please!
Ou melhor, para sermos solidários, não temos de repetir o infortúnio.
Para desgraças já bastam as do Benfica e do Porto. Pode ser?
Pelo sim pelo não, só eu sei porque fico em casa – ó tu de pouca fé.
P.S.: Pois é C., acho que já podes levar a garrafita de Porto para a Eslováquia que eles não vão levar a mal.
Adenda (20h46m): O resto das equipas portuguesas está a levar isto da solidariedade ao extremo; Setúbal e Braga estão a perder.