A OTA e o TGV estão no programa do governo diz-nos o João do Glória Fácil (ele e outra blogoesfera com que costumo concordar).
O ex-ministro não terá lido o programa do governo ironiza o JHP.
O programa do governo é a bíblia de qualquer ministro.
Se formos por aí, caro João, explique-me lá onde é que está nesse programa a referência ao aumento do IVA ou do imposto sobre os combustíveis?
A pergunta que lhe faço não é mero desforço, é muito objectiva.
As premissas para a elaboração do política fiscal que constam no programa estavam erradas. Foi esta a explicação do Primeiro-Ministro: afinal o défice era muito maior do que ele pensava.
Não é então razoável que eu, eleitor deste governo, me pergunte (não é preciso o ministro) que TGV e que aeroporto se vão fazer? Comboio a 200 ou a 320 à hora? Com que dinheiro? Com que gestão? Com que sustentação e com que impacto nos Orçamentos de Estado futuros? E com que retorno esperado para a economia nacional?
Ver sair o Ministro das Finanças no dia a seguir a este ter repetido que os detalhes finais destes investimentos públicos estão dependentes da apreciação de viabilidade económica numa óptica de contas públicas, mina qualquer tipo de credibilidade que tenha atribuido a esta governação. É portanto mais que lícita a indignação e um pedido de explicações relativo às perguntas que estão por responder. O que vão fazer com o meu crescente e inusitado contributo para o Orçamento do Estado?
A partir do dia em que se registou o aumento dos impostos passou a ser totalmente legítimo perguntar qual é, efectivamente, o programa de governo do José Sócrates. Merecerá rasgados elogios, o ex-ministro? Não iria tão longe mas claramente as perguntas que nos deixa por responder são um legado bem mais valioso do que o flanco aberto que nos deu à crítica com a questão das reformas ou dos erros dos serviços das finaças na cálculo do défice.