Eu pensava que tinha desenvolvido uma doença, uma alergia qualquer aos livros por estar sistematicamente a auto-impor-me um número máximo de páginas por sessão de leitura. Não que andasse a contar efectivamente as páginas lidas para respeitar uma qualquer quota. É um facto que parava ao fim de um tempo regular de leitura, por mais que me apetecesse prosseguir satisfazendo a curiosidade (nesses casos o fenómeno aproximava-se da auto-flagelação), surgia um parágrafo, um novo capítulo que se destacava com um sinal stop invisível mas imperativo.
Hoje, numa dessas sessões de leitura um narrador personagem-escritor confessou-se nas páginas aventando uma estatística à cara deste leitor que vos escreve. Que demorou duas ou três horas a encher oito páginas de um caderno azul. Estaria perante uma estatística ficcionada ou não? A leitura prosseguiu e à página 28 parou.
Um livro não pode ser lido à velocidade a que foi escrito, mas um vinho também não deve ser ingerido à velocidade da água. E afinal o que distingue um bom livro de um bom vinho?
Hoje tenho novas razões para o irracional; não é de ânimo leve que se devoram mais de sete horas de trabalho árduo do escritor e se prossegue impunemente a leitura.
Escrito isto, acho que o livro já “respirou” o suficiente para mais um trago.
Month: July 2005
Hoje já não há A Capital
Qual será o próximo jornal nacional a fechar as portas?
E o próximo a estrear?
O erro da Ota?
No Tugir, o Carlos Castro reforça com argumentos de Pedro Ferraz da Costa (como lembra o sempre atento brainstormz) as imensas dúvidas, ou melhor, as cada vez mais raras dúvidas sobre o erro colossal que ameaça ser a construção do novo Aeroporto na Ota.
Transcrevo este trecho:
“A OTA significa, face à Portela, mais uma hora a hora e meia em cada sentido. Põe-nos já a mais de quatro horas do centro da Europa, o suficiente para inviabilizar as viagens de um dia características do mundo dos negócios actual e para dificultar o turismo de fim-de-semana,segmento muito importante para o futuro do nosso turismo.
Aliás, não há nenhum agente económico a favor do novo aeroporto. Nem as empresas, nem as companhias aéreas, os agentes de viagens ou os hotéis.
Quanto à necessidade de substituir a Portela, nunca foi apresentado um único relatório que o demonstrasse.
O ministro das Obras Públicas da altura, o eng. João Cravinho, afirmou que a capacidade máxima da Portela era de 12/13 milhões de passageiros, que não era possível levar o metro à Portela, apesar de ir chegar à Gare do Oriente.
O bom funcionamento durante o Euro 2004 demonstrou que afinal, mesmo só com uma pista, daria para muito mais.
O actual ministro, logo quando iniciou funções confessou-se surpreendido por se querer substituir a Portela, que já daria para 22/23 milhões, pela Ota, que não daria para mais de 30 milhões de passageiros.
Talvez para justificar a necessidade do novo aeroporto, a ANA aceitou a desmobilização de terrenos que quase inviabiliza uma segunda pista, com a imediata autorização de construção de habitação nesse terreno, sem isolamento de ruído.”
Parece-me que o Governo comprou uma luta que motiva crescentemente pessoas de todos os espectros políticos. Uma boa prova da vitalidade de que a nossa democracia tanto precisa. Por aqui, continuaremos a pedir explicações; como disse no início, as dúvidas sobre a OTa encaminham-se a passos largos para o total descrédito da grande aposta de investimento público deste governo. Esperemos que José Sócrates melhore da otite que o Jumento há dias lhe disgnosticou.
Contas Nacionais 1995 a 2000 – Base 2000
“A revisão da base do Sistema de Contas Nacionais Portuguesas (SCNP) conduziu a uma reavaliação média do PIB para o período agora disponibilizado (1995-2000) de 4,9%, apresentando o ano de 1996 a menor reavaliação (4,2%) e 2000 a maior (5,5%). Este resultado decorre de um conjunto de ajustamentos introduzidos no processo de mudança de base, identificando-se como mais relevantes o novo tratamento dos SIFIM (serviços de intermediação financeira indirectamente medidos), o método de cálculo das rendas efectivas e de estimativa do arrendamento imputado, que no seu conjunto contribuem em cerca de 55% para o total da reavaliação registada em 2000.”
Mais detalhes aqui (INE)
Antes de um copito no BA que tal…
Hoje (29 de Julho), pelas 21h30, há uma sessão sobre sistemas eleitorais na Associação Loucos e Sonhadores, na Travessa Conde de Soure, nº 2 (fica no Bairro Alto, ao pé da livraria Ler Devagar).
Sugestão do Luís Humberto Teixeira.
O caso Paulo Macedo
Foi grande e de certa forma justificada a polémica quando Manuela Ferreira Leite distituiu o director da DGCI para contratar Paulo Macedo, pago a peso de ouro. Em tempo de vacas magras em que os próprios trabalhadores do fisco eram sujeitos às restrições impostas à generalidade de função pública, ver um director chegar para receber um vencimento aúreo dificilmente poderia ser visto como boa política de recursos humanos, facto particularmente gravaso atendendo à particular relevância do empenho do factor humano para o sucesso do serviço em mãos.
Hoje, a propósito desta notícia…
…temos motivos para repensar a rapidez das críticas. Aos poucos e a continuar por este andar, os níveis de evasão fiscal no país poderão atingir níveis aceitáveis, num futuro relativamente próximo.
Talvez a conjuntura política e psicológica seja a pior possível para discutir seriamente toda a política remuneratória associada ao serviço público, mas convém ir sublinhando na memória estes casos que servem de contraponto a muitos outros. Serão informações preciosas para chegarmos a uma solução equilibrada que nos permita obter um melhor Estado.
A ser linear a interpretação desta notícia, um facto parece ser inegável: Paulo Macedo, pago a peso de ouro, está a ter sucesso onde tantos outros falharam redondamente durante demasiado tempo. E assim sendo, justifica plenamente o seu vencimento, assim como todos os que trabalham sobre a sua direcção.
Assim nos tomam por parvos…
Ou acham bem, ou acham mal. Ou concordam, ou discordam. A cobardia impera de novo. E de novo o conservadorismo para que tudo se mantenha na mesma, a aversão ao risco, a defesa do “meu” lugar.
Isto é simplesmente repugnante!
O espetáculo do finca pé artificial ameaçava que nada se concretiza-se, desta vez fica algo para a história, para daqui a oito (8) anos!
Desta vez o odioso da questão é totalmente merecido pelo PSD.
“O PS, o PSD e o BE aprovaram hoje, em votação final global, um projecto de limitação de mandatos dos autarcas, princípio que, contudo, será aplicado apenas nas autárquicas de 2009 e terá efeitos práticos em 2013.
A limitação de mandatos dos autarcas, que precisa de uma maioria de dois terços para ser aprovada, é discutida no Parlamento há cerca de dez anos, sem que PS e PSD chegassem a acordo, e passou a ser possível constitucionalmente em 2004.”
in Público
Programa para "hoje"
A sua Gamebox foi activada com sucesso. Obrigado por assistir ao Futebol Espectáculo Connosco.
Não se esqueça. Estamos em exibição a partir de Agosto.
Casa do Lago – Luzerna
Suponho que coleccionar fotografias de casas com a sua própria garagem para veículos de transporte aquático seja um pouco mais difícil que fotografar aldrabas (que regressarão em breve ao Adufe)… De qualquer forma, aqui fica mais esta lembrança da Suiça, recolhida próximo do Luzerna.