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Algumas das minhas eternas dúvidas sobre o TGV

Eu adoro comboios, é uma daquelas coisas de puto que nunca perdi. Também por isso custa-me um bocadinho dizer mal do brinquedo. Por vários vezes me assaltaram argumentos curiosos em prol do AV (combóio de alta velocidade): redundância vital, marca de desenvolvimento, espantosa possibilidade de umas férias diferentes, enfim… No entanto, as dúvidas de sempre falaram mais alto.

Mais do que a ligação Lisboa – Porto onde os argumentos para a dúvida são mais fracos (ditará quase a extinção do serviço de transporte aéreo entre as duas cidades e atrasará a saturação da Portela) restam-me dúvidas bem mais ponderosas quanto à(s) ligação(ões) a Espanha. Será que o comboio competirá com o avião nessa ligação? (Teremos ainda menos tráfego aéreo por esta via?)

Ligar Portugal ao centro da Europa por combóio é bom, é estratégico disse ontem o primeiro-ministro.
Será? Tirando a malta do inter-rail (malta tesa, em regra) e alguns fanáticos do combóio, quem é que vai a Paris, ou a Roma ou a Bruxelas de combóio, partindo de Lisboa ou do Porto? Será mais barato do que o avião? Mais rápido? Nunca ouvi estes argumentos. Em tempos não muito longínquos dizia-se que acima dos 400 a 500 km o comboio não era competitivo com o avião. Isso mudou? Repito: Madrid fica suficentemente perto? Há tráfego significativo para outros destinos ibéricos além Madrid? Faço tantas perguntas porque me custa-me a perceber… Andamos apenas à caça das verbas europeias disponíveis para este investimento?

Prevê-se a decadência e fim da era da aeronáutica por via das restrições energéticas? O comboio resistirá melhor pelo preço e pela flexibilidade de adaptação a novas fontes de energia? Também nunca ouvi estes argumentos para justificarem o investimento, apesar de me parecerem ligeiramente mais plausíveis que os anteriores.
Falamos então do transporte de mercadorias a alta velocidade para justificar o AV, será? É competitivo com a ferrovia tradicional? E com o transporte rodoviário?
Em suma, é estratégico porquê?
Acreditem que o pergunta é genuina, simplesmente não percebo.

Nota de esclarecimento: uma vez que com alguma regularidade deparo com concidadãos a quererem ir a Viseu de comboio, aproveito este post ferroviário para os esclarecer (mais uma vez) que não há ligação ferroviária entre Viseu e qualquer outro ponto do país. A linha fica-se por Santa Comba Dão. O resto foi encerrado há alguns anos, não era estratégico.

4 replies on “Algumas das minhas eternas dúvidas sobre o TGV”

Caro Rui. O TGV Lisboa-Porto só será viável caso as companhias aéreas mantenham a cartelização dos preços que existe actualmente.
Se a viagem Porto-Lisboa estivesse em regime de livre concorrência, a viagem de Avião seria mais barata que o TGV.
As vantagens que o TGV apresenta sobre o avião, nos outros países da Europa, prende-se mais com o afastamento dos aeroportos do centro das grandes cidades, pressuposto que em Portugal não se aplica. A única linha viável, neste momento é a ligação Lisboa-Madrid, mas verdadeiramente estratégica é a ligação de mercadorias por alta velocidade à europa e em bitola europeia, mas Espanha não está verdadeiramente interessada neste ponto, pois tal sigificará um rude golpe na Mafia do Porto de Barcelona.

O unico interesse estrategico que opderiamos ter tambem nao se fala, que e conectar SInes com a Europa. a unica vantagem geografica qeu temos e estar na Porta Atlantica da Europa, mas nem isso sabemos aproveitar. Que tal transformar Sines no grande termin al de carga europeu para as mercadorias que vem via Atlantico?

O TGV NÃO É NECESSÃ?RIO PARA PORTUGAL MAS SIM
PARA ESPANHA TRAZER AS MERCADORIAS MAIS
RÃ?PIDO PARA LISBOA
E PARA SER RENTAVEL TERIAM DE SER FEITAS
MAIS VIAGENS QUE EM PORTUGAL NÃO TEM
DE HABITANTES , ALÉM DISSO HÃ? PRIORIDADES SAUDE
ESCOLAS, VELHICE EMPREGOS PARA JOVENS

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