Foi você que elegeu este deputado?
Eu?! Não! Pois é, ninguém os fez deputados, mas eles apareceram feitos…
O embaraço esteve na escolha – tantos são os deputados que exibem curricula tão ou mais fantásticos do que os que o Pula Pula reproduz. Vá pelos seus dedos, caro leitor, ao site da Assembleia da República. Descobrirá a gente espantosa que está incumbida de zelar pelos nossos interesses colectivos. A pergunta que cada um de nós fará é esta: como é que se alçaram ao parlamento?
A fauna que ciranda pelos partidos não é toda igual. Há os que se aproximam do partido como quem vai ao princípio da noite à colectividade: jogam às cartas e, em momentos de maior aperto, asseguram a distribuição de bonés, t-shirts e sacos de plástico (a colagem de cartazes, preferencialmente colocados nos outdoors, está profissionalizada). E há os outros, os que representam os negócios ou patrocinam os interesses das corporações. Ando cá meio desconfiado de que são estes últimos que «orientam» a elaboração das listas e, para não dar muito nas vistas, enxameiam-nas de operacionais (os jogadores de cartas e distribuidores de sacos de plástico).
Para que não se caia no síndrome do taxista («Os gajos são todos iguais…»), o grande contributo que podemos dar na hora actual é exigir saber em quem votamos – e se os eleitos se dispõem a cumprir o mandato (salvo se forem chamados ao Governo).
Não vejo outra forma mais eficaz de os partidos prestarem contas ao povão: eles, todos eles, que publiquem nos seus sites as listas dos candidatos, acompanhadas pelas respectivas «biografias» (como se lê no site do parlamento).
Para detalhes sobre os actuais deputados é passar por lá…
Os sublinhados são meus.
Adenda: Via Portugal dos Pequeninos chego a este editorial do José Manuel Fernandes, sobre o assunto, a carecer de negação.