Além do blog sobre a extinção das direcções regionais recebo na caixa de comentários deste post a indicação da existência de um site dos mesmos autores sobre a reestruturação do INE. Por lá se apresentam alguns documentos e se chama a atenção para os distintos meios, graus de profundidade na análise e respectivas conclusões entre os estudos recentes feitos ao INE pelo IGAP (Inspecção Geral da Administração Pública) e pela consultora Roland Berger.
Noto ainda que a intervenção recente no INE e as promessas de intervenção futura continuam a ser tema de reflexão na blogoesfera, desta vez através de palavras de Maria Manuel Leitão Marques no Causa Nossa.
Alguns excertos do seu texto “Reestruturação de pacotilha“:
“(…)Por vezes, exigem-se mudanças institucionais demasiado “barulhentas” quando o que está mal são os comportamentos. «Muitas vezes os consultores facturam duas vezes: uma como pagamento da encomenda originária, outra para cuidar dos destroços causados pela mesma». Quando olho para a reestruturação proposta para o INE, ocorre-me se não será precisamente isso que pode estar a acontecer.
O plano, desta vez, veio do Canadá. E a receita não pode dizer-se que seja original: fechar as delegações regionais, despedir funcionários, etc., etc. Enfim e à cabeça, acabar com a desconcentração que foi feita quando era Primeiro-Ministro Cavaco Silva não há muitos anos. Essa desconcentração, como escreveu e bem Manuel Carvalho no Público, permitiu reforçar significativamente a informação regional. Além disso, refrescou o INE, tanto em técnicos e funcionários como, sobretudo, em flexibilidade de gestão e rapidez de resposta. Afirmo-o, com a experiência, de quem teve que contratar serviços ao INE-Lisboa e à delegação de Coimbra.
Por isso, sem prejuízo, de reconhecer que algumas orientações do serviço público de estatística deveriam ser alterados, para que a informação disponibilizada possa reflectir melhor as tendências actuais da actividade económica e social, fico receosa de que a anunciada reestruturação não seja mais do que um modelo de pacotilha, que tanto serviria para o INE como para qualquer empresa, pública ou privada, em Portugal ou na China, às quais de resto já deve ter sido vendido antes!“