Há dias em que sinto a frustração de não saber desenhar uma linha direita, uma maçã de um rosto, um garfo em riste, uma orelha, uma boca.
Outros dias mortifico-me por não ter um fio de voz, não ser capaz de um simples volteio vocal. Um corvo humano, o triste!
Hoje deu-me para querer ser poeta sem saber sequer o que isso é.
A mais que o ardina de São Pedro de Alcântara vou vendo, ouvindo e lendo antes que se me acabe o tempo da moedinha que puseram no óculo do miradouro. E posso sempre mandar um berro, no entretanto.
Vivendo e aprendendo a jogar. Nem sempre ganhado, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar…*
* Verso de Guilherme Arantes do poema “Aprendendo a Jogar”