Lideres ou ministros das finanças da Letónia, Eslovénia, Eslováquia, bem como o ministro da economia alemão e o presidente do Parlamento Europeu já falaram sobre os resultados e sinalizam que a falta de sensatez tem tudo para fazer escola entre as posições de quem hoje, objetivamente, está numa posição de força. Por aqui o pessimismo vai vencendo.
Mais uma vez a Europa ameaça tomar a pior atitude possível perante um problema coletivo que, em primeira linha, a penalizará a si própria. A falta de discernimento do passado que tantas desgraças provocou ameaça voltar a fazer das suas.
A única exceção de entre quem ocupa uma posição de poder veio do ministro das finanças francês, reconhecendo que não podemos repetir um erro que o seu próprio país cometeu há cerca de 100 anos que passou pela humilhação de um povo.
Como já disse hoje é preciso sensatez, aliás a sensatez e equilíbrio que ouvi há pouco na intervenção do PS bem que contagiava estes camaradas e governantes que me parecem incapazes de ir além da política caseira de muitíssimo curto prazo.
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Ontem andei por aqui:
Mercados Financeiros e Evolução Económica Europeia
Caros camaradas,
antes de mais deixem-me agradecer o convite que me foi dirigido pela Juventude Socialista de Almada na pessoa da sua coordenadora Debora Rodrigues e cumprimentar todos os participantes.
I
Daqui a umas semanas surgirá de Berlim, do gabinete de Wolfgang Schauble um plano para reformar a Zona Euro. Ele prometeu-o ainda antes de ser reconduzido no ministério das finanças alemão e voltou a reafirma-lo muito recentemente na imprensa internacional. Do que se conhece, sabe-se que quer centralizar o poder de decisão sobre a política fiscal e orçamental da zona euro. Sabe-se que quer um ministro das finanças da Zona Euro com poder para aprovar ao devolver orçamentos nacionais, quer um parlamento da Zona Euro num formato ainda desconhecido e quer alguma forma de mecanismo permanente de resgate ou de apoio aos países membros.
A propósitos das constatações recentes em Davos (ver “Los emergentes agitan la paz de Davos“) e de uma breve reflexão patrocinada por um diálogo no Facebook, sobre até que ponto ao estarmos muito focados nos problemas internos não estamos a perder a visão global apetece-me sublinhar o seguinte.
Para mim não há nenhuma outra questão central na Europa sem se resolverem as guerras internas europeias. Sem as enfrentar com soluções perenes e equilibradas não há Europa. Ou pelo menos não haverá para nós, que continuamos encostados à culpa, tolhidos pela desconfiança alheia, normalizando-se a perspetiva de que vivem por cá cidadãos com a dignidade e direito de intervenção na construção europeia próprios de um país de 2ª categoria.
Estou-me pouco lixando para as estatísticas agregadas da União Europeia e respetivas comparações internacionais quando não há União Europeia mas apenas uma unidade estatística. Sublinhar a existência de uma realidade global na qual o papel futuro da Europa pode ser muito distante daquele que tem desempenhado é sempre útil, particularmente se despertar o sentido de urgência na resolução dos nossos bloqueios internos. Mas só sublinha quão central é que se resolvam esses problemas internos. E a reação que vejo é péssima. Continuamos a adiar soluções, e desvalorizar desequilibrios económicos, desprezar a degradação da democracia em vários territórios dentro da União, a comprar tempo, a cristalizar um status quo insustentável.
Se achamos que podemos guardar os desequilíbrios entre Estados europeus na gaveta ou que podemos forçar uma cedência unilateral das partes mais fragilizadas (a dialetica do estado livre versus protetorado é sintomática) para rapidamente podermos ir à guerra das grandes economias, mais à frente, na caminhada, tudo colapsará. Já devíamos ter aprendido.
Espero pelo dia em que a questão central seja a reflexão sobre como nos queremos projetar lá fora. Será sinal de que temos a casa arrumada cá dentro. E com jeitinho, a “solução” interna é a resposta ao desafio externo, mas não é nada disso que se está a perceber e a fazer. Prefere-se abafar o conflito interno latente, não resolvê-lo. Vai correr mal. É esperar pela próxima agitação na economia mundial ou pela seguinte.
Publicado originalmente no 365 Forte.
Se alguém me devesse dinheiro gostava imenso que me pagasse o que lhe tivesse emprestado.
Se não pagasse a bem, dava-lhe um enxerto de porrada, todos os dias até que pagasse.
Se o pagamento continuasse a tardar, ficar-lhe-ia com todos os bens, roupas, empresas, propriedades. Tudo confiscaria para satisfazer uns dias de juros.
Se pedisse mais tempo e ajuda para pôr o negócio da família a render, puxava-lhe a trela e levava-o de rojo até aprender.
Se ainda assim não pagasse o que devia, partia-lhe os dedos um a um, depois as pernas, os braços até que pagasse.
Se o pagamento continuasse por cumprir, levava-lhe os filhos e punha-os os trabalhar nas minhas propriedades de modo a que nunca mais os visse.
Se no final de tudo isto tivesse a cobardia de morrer antes de pagar, havia de lhe cuspir no cadáver e de manter a carcaça em exposição pública para que todos se amedrontassem de repetir tamanho desplante.
Não seria por ser meu irmão que nada disto deixaria de ser mais que justo.
Já se eu quisesse mesmo que ele me pagasse…
Para quem pensa que as turcas andam de burka:
Concorrentes Turcas ao festival da Eurovisão 2009.
Furando a geopolítica europeia
Alexander Rybak, vencedor da Eurovisão 2009.