“Assusta a tentação autofágica do actual poder socrático. Ao mesmo tempo que revela (pelo menos à superfície) decisão e poder afirmativo, nomeadamente no combate às corporações, deixa escorrer o capital de crédito por entre os dedos a uma velocidade vertiginosa.
No mesmo dia em que não cede aos militares que se manifestam perante o aumento da idade de serviço necessária para a reforma, o poder da rosa decide colocar no Tribunal de Contas um seu deputado. De forma a que, garantidamente, não haja a reedição das “forças de bloqueio”.
Quando vota a lei que retira as reformas vitálicias aos políticos, deixa que o seu camarada Vitorino vá ganhar uns milhares num duvidoso contrato entre um escritório de advogados e uma entidade pública.
E o que mais espanta é como não percebem estes senhores que bastam segundos para abalar irremediavelmente a confiança conquistada com meses de esforço e trabalho?
…O problema, no fundo, é que se calhar percebem isso de forma cristalina, preferindo deixar-se andar num sistema que privilegia os benefícios individuais imediatos em detrimento dos interesses colectivos mediatos.
Dito de outra forma, é tirar tudo o que pudermos e quem vier a seguir que feche a porta!!!”