Duas sugestões de leitura, “Era uma vez um ministro” de Pedro Lomba:
“Eu li e reli o artigo de Campos e Cunha sobre as finanças e a economia. Ainda não percebi como é que um artigo daqueles, que qualquer pessoa pode subscrever, atira um ministro para fora do Governo. Campos e Cunha não disse nada de estranho ou ofensivo. O seu texto resume-se a uma ideia e recomendação a condição das finanças públicas não admite que o Governo faça despesas sumptuárias e investimentos onerosos. Campos e Cunha quis que o Governo percebesse em conjunto esta verdade básica. Um artigo de jornal parece um meio apropriado.(…)”
e “Síntese” de Vicente Jorge Silva”, ambas no Diário de Notícias de hoje:
“(…) Contra a obsessão do défice, que punha em xeque o despesismo guterrista, o PS começou por desvalorizá-la, pondo o acento tónico no crescimento económico. Foi, finalmente, obrigado a confrontar-se com ela, mas sem assumir os custos da síntese entre o saneamento das finanças e a recuperação da economia. Os preconceitos ideológicos e o maniqueísmo político entre o PSD e o PS impediram um esforço básico de lucidez e racionalidade. Se a sombria obsessão do défice mergulhou a economia em depressão, o keynesianismo iluminado da Ota e do TGV ameaça converter-se numa miragem funesta. Continua a faltar uma visão estratégica que produza a síntese entre os recursos disponíveis e as apostas prioritárias. Sem isso, qualquer ministro das Finanças está condenado a ser um lunático ou um masoquista profissional.”