Esta notícia que leio no Jornal de Negócios é daquelas que me deixa desconfiado:
“Lisboa recebe menos 60 mil carros por dia
São cada vez menos os carros a entrar e a sair de Lisboa, efeito incontornável dos tempos de crise que afectam as famílias e as empresas portuguesas. Segundo dados da Estradas de Portugal, nas diversas entradas e saídas de Lisboa no mês passado registou-se um decréscimo de cerca de 60 mil carros por dia face ao mês de Junho de 2007. (…) “
Não é que duvide que haja algum efeito sobre o uso do transporte privado provocado pelo aumento dos combustíveis, o que me espanta é que as pessoas que viajavam nos tais 60 mil carros que deixaram de entrar diariamente em Lisboa no mês passado (quando comparado com Junho de 2007) levaram “chá de sumiço”.
Não vieram no seu carro mas também não foram registadas nos transportes públicos. Restam assim poucas explicações adicionais que são referidas no jornal: ou passaram a partilhar boleias em massa, ou seja, menos carros a circular mas com maior ocupação em cada ou então deixaram de se deslocar. Mas deixara mde se deslocar?!? Foram para o desemprego? Mudaram para outro emprego mais próximo? E tudo isto tão expressivo num único mês?
O artigo de jornal não o abordo mas eu diria que só tiraria conclusões tão taxativas como “efeito incontornável dos tempos de crise que afectam as famílias” depois de ver TODOS os meses de verão. É que pode ter havido muito mais gente a tirar férias em Junho de 2008 do que em Junho de 2007. O 10 e o 13 de Junho este ano estavam muito mais a jeito para uma semana ou mesmo 15 dias de férias. Voltamos a falar daqui a uns meses, pode ser?