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Aeroporto da OTA – provas gritantes de planificação amadora

Via Tugir percebo que o Diário de Notícias fez ontem da OTA tema de capa.

O tema está longe de estar encerrado e de ter sido pacificado. Lendo os dois artigo disponibilizados on-line não sei qual me deixa mais perplexo face aos factos, se este "120 camiões por hora antecipam acessos à Ota" onde se dá prova do mais puro amadorísmo na planificação do projecto – tudo o que por lá se escreve poderia ser previsto por qualquer leigo sem necessidade de "agora" se descobrir que antes de fazer o Aeroporto têm de construir desde já boa parte dos acessos de modo a permitir a entrada e saída de materiais da campina – se este outro "Estudar nova localização atrasará novo aeroporto em três anos" onde se sintetiza o que é inegável e incontestado como sendo alterações colaterais inevitáveis.

A rede eléctrica nacional vai ter de desviar literalmente a sua espinha dorsal em 60 a 120 km, o aeroporto ficará inundado se por ventura surgir a maior cheia dos últimos 100 anos (e no caso de vingar a proposta da NAER se houver a maior cheia dos últimos 30 anos), enfim, é ler o artigo.

É inacreditável que aquele seja o melhor sítio da área metropolitano de Lisboa para se construir um Aeroporto Internacional. Escolher novo Aeroporto agora é impensável? Só para quem nunca ouviu falar em sunk costs e nas piores asneiras de todos os tempos.

4 replies on “Aeroporto da OTA – provas gritantes de planificação amadora”

Isto é tudo tão amador e pretensamente cientifico e economicamente avaliado, que já nem sei que diga aos estudos que vou vendo.

Não há neste País ninguém que consiga fazer pelo menos uma análise decente custo-beneficio (multi-dimensional – Social, económica, psicológica, geológica, urbanistica, infra-estruturas, etc.,etc.) e uma boa análise de sensibilidade das variáveis em jogo?

E que seja aberta ao método científico de validação? Isto dentro do possível… (já que certezas nunca pode haver…)

O que vale, é que tenho a certeza que não há dinheiro nem para a OTA, nem para o TGV (para a construção digo, pois para projectos, avaliações, estudos e …hã… Powerpoints… ainda andam para aí uns milhões). A única coisa que vai ser construída destes projectos serão alguns acessos e infras-estruturas nas zonas envolventes que, devido à pressão da plataforma de distribuição e circulação logística exsitente na zona são fundamentais e justificam-se por si (e por causa de alguma especulaçao urbanistica já irrecuperável na zona).

E não me venham falar em parcerias público-privadas, pois os privados só se metem nisto se o Estado for o avalista do seu investimento e garantir receitas (ou outros activos atractivos…)… Quanto à participação da UE, já lhes chega os casos falhados de Atenas e Milão…

E mais haveria a dizer, mas por hoje chega.

MJ

PS E resta-nos rir, que faz sempre bem ao corpo e alma… Oom… Oom…

Avancemos então com as soluções encontradas, por quem comanda este país! Mas que se registem bem o nome de todos os intervenientes, quer para atribuição de uma eventual medalha de mérito, ou, mais provável, responsabilização, pelo maior buraco de sempre na nossa história!

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