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A grávida, a maternidade, o ministro e o resto

Ela: E então, com a credencial do médico de família na mão a recomendar aquela maternidade, que é só a maternidade que fica mais perto da nossa casa, disseram-me que não podia ir ali a consultas de obstetrícia e muito menos ter o filho, pois não é a maternidade da nossa área de residência.

Ele: Mas agora deu-te para fazer política, moça? 

Ela: E ainda tenho de ir ao Centro de Saúde outra vez, marcar consulta com o Méidco de Família, para lhe ir pedir outra credencial para me deixarem ir à maternidade da nossa área de residência! 

Ele: Bem isso já é má vontade tua. Então podes andar mais duas manhãs e/ou tardes de passeio sem perda de vencimento e ainda reclamas? Olha, manda um mail ao TBR e reza a São Simplex que o gabinete do utente do Ministério da Saúde passou directamente do período experimental ao período de "problemas técnicos", desde Outubro de 2005. Ou então, passa pelo Totta, contrai um empréstimo e vai ao hospital dos Mellos. Que tal assim?

6 replies on “A grávida, a maternidade, o ministro e o resto”

Não façam um seguro de saúde, não…! 🙂 Têm alguma ideia das vezes que vai ser preciso ir ao pediatra???
Folgo em saber que prossegue tudo nos conformes, apesar das burocracias estúpidas. Beijinhos aos dois (+ um).

Mal de nós se não tivessemos seguro de saúde Catarina… E mal dos portugueses que não se podem dar a esses luxos.
Foi só um cheirinho para não morrermos burros e não vivermos tão enrolados na propaganda.
Dado novo: depois de uma funcionário do SNS ter acabado de dizer raios e coriscos das maternidade da nossa residência, ficámos a saber que temos um mês e meio de espera para uma consulta de obstetricia Probabilidade de o parto já ter ocorrido entretanto: 75%.

Espero e desejo que tudo corra bem tanto para a mãe como para a Catarina. E para o pai, claro.

Quem já não tem idade para fazer seguros de saúde, ou simplesmente não tem dinheiro para os pagar e passou 40 anos a pagar impostos, é que não tem remédio se não sujeitar-se aos serviços de saúde que temos, que são tudo menos Simplex.

Nem mais Odete! Felizmente ainda vão aparecendo almas que trabalham no sistema que redimem tanta avaria – como também aconteceu hoje, algum tempo depois, num centro de saúde.

Para a história fica que o tempo médio de espera de uma consulta varia de uma semana a um mês e meio, dependendo do Hospital em causa (ainda que distem pouco mais de 500 metros em linha recta um do outro).
Suponho que seja por causa desta gestão descoordenada que o Ministro da Saúde anda a tentar forçar uma das administrações (por via de chantagem orçamental) a prescindir de parte do seu poder e independência para delegarem numa administração centralizada dos hospitais/maternidades de Lisboa. Só não percebo é porque é que tem de recorrer a chantagem… Ele não é o Ministro?

O factor C é boa parte do problema… Sem dúvida, Isabel. Mesmo que pudesse acho que neste caso seria vender a “alma” por muito pouco (tenho a minha “alma” em grande conta se calhar).
Felizmente tenho outros recursos. Mas a filhota nascerá num hospital público isso é certinho.

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