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Proximizade

Proximizade O Proximizade tem recolhido ao longo dos últimos meses informação prática, relatos e imagens de vários projectos de apoio ao ser humano espalhados um pouco por todo o mundo e destinado a intervir também um pouco por todo o lado. Não sei se o formato blogue, sempre a reclamar entradas diárias (ou quase), será o mais eficaz para passar a mensagem, tal como não sei também se a medida do sucesso do projecto se pode medir inteiramente pelo número de visitas diária, mas o que é certo é que o Proximizade acabou por se ir constituindo como um repositório de dados que tem como objectivo chamar a atenção e oferecer meios para quem queira hoje ou amanhã ter um papel mais activo na área da proximizade.
Tenho visitado esporadicamente o blogue e sempre trago de lá qualquer coisa, muito mais do que o que deixo, por enquanto. Parece que o projecto está prericlitante e a precisar de, no mínimo, algum estímulo. Eu acho que merece. Fica o modesto contributo. Passem por lá.

16 replies on “Proximizade”

muito respeito as boas vontades. mas muito descreio da caridade (mesmo que em avatares filantrópicos e solidários). é pouco simpático dizer isto, se calhar

Não sei se é simpático, mas vale a pena trocar umas ideias sobre o assunto.
Desde que a caridade não seja parte do problema (como por vezes é, principalmente a caridade ao nível de Estados) não tenho nada contra. Esta iniciativa parece-me não dar azo a esses riscos, por isso sejamos pragmáticos na avaliação da caridade, de cada gesto. Se em vez de dispensar 11 € por mês para pagar as quotas do Sporting resolver canalizar igual verba para oferecer umas caixas de canetas, uns cadernos ou livros ou ainda um complemento vitamínico para uma turma de alunos algures no interior de Moçambique que dê bom uso a essas remessas que mal pode daí vir ao mundo?
Se lhes faz mais falta a eles hoje que a mim… Daí a ver na caridade a solução previlegiada para todas as carências já entramos noutra conversa. Agora ao nível do indivíduo era só o que me faltava pôr-lhe engulhos, por princípio.

um dia escrevi um texto sobre o kilo de arroz e o mono (Até emails desvairados recebi). acho que cada um faz o quer ao seu dinheiro, e não estou a criticar quem quer dar algum para um projecto qualquer. acho que não leva a nada. mal ao mundo não traz. às vezes trará, se calhar traz, mas é fim-de-semana, já madrugada do dia do senhor, não vou blasfemar
(não há nada que deteste tanto politicamente como a solidariedade, a tralha fabiana. e recuso-me a separar a esfera do individuo do resto, nisso sou um paradoxo como liberal)
boa noite, boa sorte para hoje (aliás, as quotas estão em dia?)

Sobre as quotas é melhor espreitar o meu comentário no post anterior. Mas parece-me que o JPT já leu 🙂
Regista-se o paradoxo e outra coisa, ou melhor, aproveito o dia do senhor para meter mais uma colherada: então vamos, nesta época de turbulênciia religiosa, desprezar a caridade, essa unificadora das três grandes religiões monoteistas?

“eu tenho o meu pobrezinho”, “eu tenho o meu sem-abrigozinho” “eu tenho o meu projectozinho”, “eu tenho o meu pretinho” … passo

Custa-me ver alguém colocar as coisas da forma algo leviana que o senhor jpt aqui deixou.
No Proximizade não temos nada, pois do que fazemos nada resulta em benefício próprio. Temos apenas a vontade de canalizar a nossa energia para algo que sintamos valha a pena.
E que, no mínimo por constituir uma mostra de boa vontade, merece outro respeito para com as oito crianças cujos estudos e alimentação estão a ser parcialmente custeados por pessoas ligadas ao blog em causa.
Não são nossas, que apenas as apadrinhámos no sentido de terem uma oportunidade decente de escolherem um destino. São produto de políticas alheias ao respeito pela dignidade de qualquer ser humano.
Se politicamente não gosta, pode pelo menos diplomaticamente evitar os excessos nas definições aplicáveis às acções e às pessoas que o desagradam.

mau … em primeiro lugar, juiz em causa própria nunca é grande decisão. mas passo por cima, aceito que as pessoas tenham satisfação com algo que fazem e o defendam.
mas onde está o leviano? no evitar diplomaticamente opinar …? excessos? posso até contextualizar, esta deve ser a caixa de comentários mais sui generis em que vou opinando. o post tem dias e fiquei eu e o dono do blog à conversa (naõ a faz privada, é certo). expremi o meu desagrado com reticências (é leviano? ou também quer que me cale porque v. gosta do que faz? não posso não gostar?). à insistência do Rui referi “muito respeito as boas vontades mas descreio …”, na continuação do diálogo “mal ao mundo não faz. às vezes trará etc”. Suave, discordo da abordagem mas suave. Passámos (eu e o Rui) a uma leve ironia, em conversa já de dias, sós, em que me levanta a questão sobre a “caridade” trave-mestra das religiões monoteístas (em regime de post, mesmo nesse mero registo isto já dava para contra-argumentação, mas estmaos em suave e sui generis, repito, caixa de comentários). Estamos já, partindo do v. projecto, a discutir (discutir pouco, conversa mole) outra coisa, bem mais ampla – da pertinência deste tipo de conceptualização, de abordagem, em meu entender será isso, ainda que de modo desprendido. Aí eu (em registo irónico) sumarizo o que penso ser a caridade.

E vêm-me, com aparências de etiqueta, dizer-me para censurar me censurar? Que é isto? 8 criancinhas com estudos pagos por uma temporada e dão para este tipo da altaneirice? Altar, o local do v. projecto? Não acha mesmo abuso?

Já agora, mais contexto. vs lançaram uma campanha bloguistica, eu já achava isto. Como o palco era Moçambique onde vivo até fui ver o que era. Daquilo que acho do tipo de abordagem já achava o que acho agora(sob o ponto de vista prático, sob o ponto de vista político, sob o ponto de vista executivo, sob o ponto de vista moral). Caladinho fiquei, se o objectivo é com boa vontade valeria a pena protestar (mal não faz. se calhar faz, mas…)? Quer mais parcimónia?

Um abuso, é o que é, o seu comentário. Uma incompreensão completa do registo que aqui se passou. Mas acima de tudo um abuso. Fique ciente, caridadezinha, cristo/socialista, eu penso mesmo isso “eu tenho o meu pobrezinho, eu tenho o meu pretinho, eu tenho o meu projectozinho”. Conheço muita coisa dessa (o mais emblemático é o modelo da adopção à distância). repito, as boas vontades são óbvias (às vezes tontas às vezes não. alguams vezes até heróicas – mas essas não são destas, nem tal se exigiria). Passo À frente. E só voltei atrás com este despautério censor.

Felicidades para as 8 criancinhas. E que se aguentem. PAra o resto haverá decerto alguma coisa, mas diplomaticamente esquivo-me a opinar.

Como deve calcular, falando em nome do Proximizade não posso responder-lhe como o faria em meu nome pessoal, menos soft, porque à sua semelhança também gosto de me exprimir sem condicionalismos. Daí a etiqueta…
Não apadrinhamos por uma temporada mas por cinco, no mínimo.
E não existiu qualquer juizo em causa própria, mas sim em causa alheia (a de um blog que só serve o propósito que você desdenha).
Ninguém o impede de formular as suas opiniões, mas da mesma forma ninguém me impede de veicular as do blog que represento e que não se revê de todo nas suas definições que me abstenho de comentar para não lhe acicatar ainda mais o vigor das intervenções.
Podemos, se quiser, discutir a sua intervenção nesse domínio da luta contra a miséria se, a avaliar pelo desprezo que dedica à nossa opção, é tão eficaz que nos envergonha por comparação.
Estamos sempre receptivos a novas e mais eficiente formas de actuação, dentro da nossa capacidade e disponibilidade para o efeito.

para que não continuemos em meros preconceitos, e isto não é jogo de palavras, é querer entender o que os outros escrevem.
1. “temporada” só muito dificilmente se associa a um ano (A não ser no futebol ou outro desporto)
2. “desdenha” é lamúria, quando há desacordo
3. “vigor das intervenções” está bastante relatado acima. se v. ainda o vem referir não passa do sublinhar do que já referi, total recusa em qualquer não-acordo, implícito ou explícito. não vou ser o deselegante para atirar v. não compreendeu. pelo contrário, v. compreendeu mas recusa que se possa discordar. passo
4. “desprezo”, regresso ao mesmo, lamúria sua. desacordo é uma coisa, desprezo é outra.
5. …se não está de acordo mostre os seus galões. esse é o grau zero. passo, radicalmente. por cima.
6. repito-me, v. não quer compreender o que acima escrevi, e o como escrevi. não é não pode, não consegue. é não quer. fica v. com as suas intenções. boas, acredito. diz o povo que delas está cheio o inferno. digo eu, que nele não acredito, que está cheio o mundo. viva-as. menos altaneiro se possível. ou então não. há, decerto gente muito pior. saúde e boa temporada

Tá visto que não chegaremos a um acerto de agulhas por esta via. Daí, e porque fica mal prolongarmos o debate em casa alheia, sugiro-lhe o email do Proximizade como forma de lhe poder fornecer o meu contacto pessoal e passarmos a uma conversa livre dos condicionalismos que o meu estatuto nesta ocasião e o facto de estar em casa de outrém acaba por implicar.
Senão, ficaremos então cada um na sua e quem puder apreciar o nosso diálogo tão esclarecedor tirará as suas próprias conclusões.
Retribuo os votos de saúde e agradeço os da boa temporada (que graças à sua diligente explicação descobri ser algo de muito mais espartilhado no sentido do que julgava).
Ao anfitrião apresento as minhas desculpas por esta troca mais acalorada de impressões. Que não passou disso mesmo, aliás.

lá no ma-schamba também está o meu contacto. por mim fico assim, acho que não chegaremos mesmo a acordo. e que todos os desacordos fossem destes. quanto do dono do estaminé agradeço a paciência. e também deu para meter aqui (lá para cima) um erro ortográfico, maldito lisboeta a escrever expremir. bem que posso espremer isto que não exprime grande coisa…cumprimentos a ambos

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