" (…) Jorge acabaria o dia sentado no comboio de Sintra, paralisado, repetindo a viagem entre as duas estações terminais, olhando absorto para um automóvel tosco feito de vários maços de tabaco que lhe ocupava o colo. Finalmente, acordou daquele torpor já a noite ia alta. Saiu na estação certa e, mal pôs um pé na gare, ficou imediatamente encharcado. Uma chuva diluviana amassava aquele canto do país, relembrando-o que estava vivo. O frio da manhã desaparecera e o martelar contínuo da chuva sobre o corpo não era de todo desconfortável. Abrigou o melhor que pode o automóvel de tabaco debaixo da roupa e dirigiu-se ligeiro para o seu carro que deixara no estacionamento que servia a Estação. Precisava desesperadamente de beijar uma Susana. (…)"
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