(eu juro que este já estava alinhado antes do post anterior…)
De 1995
Month: November 2007
O mundo possível e desejável não será aquele em que ninguém poderá contar anedotas sobre ninguém. Somos intrinsecamente ridículos e adoramos rir-nos ao espelho.
O caminho é percebermos que nos estamos a rir de nós próprios e não do “outro”. O outro não existe.
Até chegarmos aqui ainda há muito a penar, mas dá muito jeito que haja gente a apontar o caminho no meio de tanto sofrimento, militância, leviandade e dedo em riste. O caminho é este: o outro não existe mesmo.
Nesse dia um bar onde só possam entrar gays será tão absurdo quanto um bar onde só possam entrar heteros.
Um abraço especial para o Francisco (ler no JN) e para o vizinho Miguel.
P.S.: depois de ler o texto do Miguel fiquei a pensar na “beata”, aquela figurinha que papa missas.
ADENDA: estes temas são profícuos em reacções de entre as que li destaco a do Daniel Oliveira. Parece-me um bom ponto para que a conversa prossiga até bom porto. Vejamos se há “troco” à altura.
Criador de uma das love musics mais energéticas e inspiradoras da pop-rock (musiquinha para ter a minha idade ou quase), conhecida por muitos apenas na versão dos 10000 maniacs: the Boss.
Dedicada ao Bruno Béu.
Arrastão mais vizinho
“O blogue Arrastão, de Daniel Oliveira, um dos mais prestigiados bloggers nacionais, está desde hoje integrado na TubarãoEsquilo. Aproveitando a migração para a nova morada, arrastao.org, o design foi revisto e novas funcionalidades foram adicionadas ao blogue. A começar pelo Feedburner, passando pela possibilidade de o receber por e-mail e terminando na arrumação por tópicos, com a inclusão em arquivos próprios de textos e videos do autor noutros meios.”
Pois é, mais um vizinho interessante nas redondezas. Bem-Vindo!
Phonix.
Ele – Phonix?!
Ela – Yup!
Ele – ‘Dasse!
Não há má publicidade…
Rabotnie!
Os posts por ler acumulam-se aos milhares, os posts por escrever aos milhões. É assim há vários meses, cada vez mais assim nas últimas semanas. O Adufe anda meio suspenso. Entretanto, o trabalho dá uma ajudinha extra: não há tempo para bloguíces. Tentemos cingir-nos ao essencial.
As sete leis de Blair – o exemplo Luso
FT n’O Insubmisso recorda os mais distraídos e informa os desamparados sobre as sete leis de Blair, enunciadas por memória tendo como inspiração uma aula do prefessor Jorge Coelho.
Junta às leis prova empírica da implementação das ditas pelo actual governo. Umas coisinhas que convém ter sempre presente.
Eis o exemplo-excerto mais junto ao coração estatístico do Adufe, em jeito de convite à leitura integral:
” (…) 7. Exagerar no anúncio das políticas para obter melhor cobertura mediática.
(Também o caso mais recente: perante os números do desemprego, Sócrates tentou virar o bico ao prego realçando os 106 mil postos de trabalho que já criou desde que chegou a primeiro-ministro. Exagerou no feito para apagar o desfeito – os não sei quantos postos de trabalho perdidos….) (…)”
No editorial de ontem do Jornal de Negócios, João Cândido da Silva faz uma cobrança incómoda mas oportuna, abordando o incumprimento do protocolo de Quioto pelos Estados Unidos de Portugal.
“(…)Mas muitos dos que assumiram compromissos de redução das emissões de gases nocivos para o ambiente conseguiram fazer muito pior.
Aceitaram subscrever as metas negociadas no âmbito daquele acordo, mas esqueceram-se de as cumprir. Preferiram valorizar uma imagem politicamente correcta, ainda que à custa de fazer promessas públicas com reserva mental.
Portugal não é o único país que se inclui neste grupo. Mas é um dos que apresentam desempenhos mais longínquos em relação aos objectivos assumidos. (…)”
Em jeito de musica pedida para a Ana M.
Sobre a questão da independência do ministério público, sublinho uma ideia mais genérica que tenho vindo a comprovar na medida do (meu) possível, ao longo dos últimos dois anos:
A independência tem vindo a ser substituida velozmente pela subserviência em muitas das relações instituconais com o poder executivo. Isto é particularmente assim junto das instituições onde a independência assume um papel fulcral no sentido de sua própria existência. O processo não é novo, será histórico, mas os responsáveis do momento não encontram no passado perdão para os pecados presentes.
O Partido Socialista está objectivamente a enfraquecer a nossa democracia permitindo e patrocinando o que de pior há entre os seus piores apoiantes envolvidos no aparelho do Estado. Temo que estejamos a caminhar no sentido oposto ao indispensável à maturidade política do nosso regime. Um processo cujo tempo e urgência percebo como comparáveis aos do tão acarinhado desafio de equilíbrio orçamental.
Quem semeia ventos vai mesmo colher tempestades e, para nosso martírio maior, talvez até mais cedo que muitos esperarão. Porventura a roleta dos disparate decidirá.
Haja no PS quem abra os olhos e perceba o que está a ser posto em causa. Nem o primado da omissão terá perdão. Primeiro entre o eleitorado mais culto das cidades, depois no resto do país.
Quem vos avisa…