De novo do 4ª República outro destaque de um texto bastante
lúcido, desta feita de JM Ferreira D’Almeida:
“(…) Começa a assumir foros de doença social este anátema permanente que se lança sobre a verticalidade das pessoas, quando não sobre a sua honorabilidade, só pelo facto de militarem ou colaborarem com partidos políticos. Parece que quem é sério e capaz deixa de o ser no exacto nomento em que, no pleno uso da sua liberdade, resolve aderir a um partido ou com ele colaborar mesmo que mantenha formalmente a sua independência, com julgo ser o caso de Oliveira Martins…
Não deixa de ser, aliás, patológico que sejam os próprios partidos políticos a fazer esta crítica, que equivale a afirmar que nas suas fileiras não existem afinal mulheres e homens capazes de exercer, com imparcialidade e seriedade, funções públicas que exijam um especial respeito por estes valores. (…)”
One reply on “Culpados à nascença”
A questão deve ser colocada ao contrário… não existe ninguém com qualidade suficiente e mais “desligado” dos partido que possa ocupar o cargo? Até parece que só individuos com cartão de sócio é que são capazes… e eu a julgar que para servir o país só era preciso o BI e vontade.
E mesmo dentro do partido não existiria mais ninguém com capacidade e ao mesmo tempo sem carregar às costas tanto “peso político”. Os partidos políticos portugueses parecem não seguir aquela que é uma das máximas mais antigas da humanidade – “à mulher de Cesar não basta ser séria…”