Torre de Penamacor - Imagem retirada de http://osestadosdanacao.blogspot.com/Curiosa a reportagem que a RTP foi fazer a Penamacor para tentar perceber porque neste concelho não houve incêndios significativos no ano passado, nem neste – até ao momento.
Centraram a reportagem essencialmente na vigilância e apresentaram-nos a nova utilização da Torre de Menagem: posto de vigilância de voluntários.

Outros factos que julgo interessantes e que vou citando de cor prendem-se com a progressiva aquisição da área florestal pelas grandes empresas de exploração de madeira/celulose e o respectivo cuidado de organização e limpeza da mata. Por outro lado, recordo um esforço significativo de criação de acessos realizados nos últimos anos na maioria das serras sejam elas de exploração latifundiária ou minifundiária. Uma prática estimulada após anos sucessivos de incêndios.

Dito isto não nos enganemos. Ainda que não conheça a realidade dos restantes concelhos vitimados pelos incêndios, muitos dos principais factores de risco estão bem presentes em Penamacor:
– Vastas áreas de serra em exploração de monocultura (eucalipto, pinheiro bravo…);
– Despovoamento progressivo do espaço e menor utilização da biomassa para uso humano;
– Abandono da exploração activa da mata por parte da população remanescente por efeito do já referido despovoamento e pelo estrangulamento do escoamento das madeiras devido ao monopólio da distribuição por um número muito limitado de madeireiros.

A vigilância contínua à distância e no local, com patrulhamentos, não é irrelevante. Nem a barragem da Meimoa é irrelevante. A criação de acessos também não, mas muito há por fazer na dinamização da exploração industrial do espaço arborizável e muito há por fazer em termos de ordenamento do território e de sustentabilidade dessa mesma exploração.
Uns carvalhos ou castanheiros ou azinheiras quebrando a vasta e crescente mancha de resinosas e eucaliptos poderiam ajudar…

Os incêndios continuam a ser um risco muito elevado em Penamacor.

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