De volta ao frenesim.
Como sublinha o Paulo Gorjão, parece que não é só no Barreiro que se encontram exemplos admiráveis no interior da igreja católica. Quem conhece minimamente o percurso de D. Armindo Lopes Coelho não fica surpreendido com as suas afirmações relativas à questão do aborto.
Mais um contributo para a emancipação de alguma Igreja e de muitos católicos. Emancipação face a quem? Na nossa vida caseirinha, face, por exemplo, a alguns políticos que se auto-consagraram como autênticos bispos evangelizadores e recolectores do respectivo (suposto) dízimo eleitoral.
D. Armindo Lopes Coelho perturba ainda noutra matéria quando é peremptório no prognóstico das presidênciais na eventualidade de uma candidatura de António Guterres. Sairá vencedor diz o senhor bispo. Terá sido um acto de coragem? Uma prova de amizade? Ou será uma previsão baseada nos mesmos neurónios que o levaram às afirmações lúcidas que fez em matéria de aborto onde, curiosamente, se destaca claramente de Guterres? Não sei responder, mas,ainda assim, desconfio que não são afirmações de inspiração divina .