Sob sugestão da Gotinha numa caixa de cometários mais abaixo, lembrei-me de dedicar um soneto outonal de Florbela Espanca a Manuela Ferreira Leite:

As Minhas Ilusões:

Hora sagrada dum entardecer
De Outono, à beira-mar, cor de safira
Soa no ar uma invisível lira…
O Sol é um doente e enlanguescer…

A vaga estende os braços a suster,
Numa dor de revolta cheia de ira,
A doirada cobeça que delira
Num último suspiro, a estremecer!

O Sol morreu… e veste luto o mar…
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol de espuma.

As minhas Ilusões, doce tesoiro,
Também as vi levar em urna de oiro,
No mar da VIda, assim… uma por uma…

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