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As armas do meu Adufe,
não têm signo nem fronteira.

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Na pele do outro

28.12.2003 por Rui Cerdeira Branco Categoria As Crónicas e os Contos

Quando no dia 11 de Setembro de 2001 aconteceu, em Nova Iorque, o que todos sabemos e se começaram a ouvir os números das potenciais vítimas do terrorismo lembro-me de ter perguntado aos meus botões quantas pessoas conhecerei ao longo de toda a minha vida. Já não era a primeira vez que perante uma tragédia tentava encontrar uma qualquer unidade de medida base mais próxima do meu pequeno mundo que me permitisse ter uma melhor noção do que se passava, hierarquizar a desgraça, antever as suas consequências.

Quase de certeza que já alguém fez essa pergunta e até deve haver estudos sobre o assunto, imagino que seja um número útil de estimar para efeitos epidemiológicos ou para outro fim que não descortino.

Esta sexta-feira quando ouvi as notícias do sismo no Irão e, mais tarde, quando revi o filme “A Vida é Bela”, a pergunta voltou a acompanhar-me, mas há ordens de grandeza, quer nasçam do terror dos homens ou de algum cataclismo natural, que não consigo conceber por mais perguntas que faça.

Por mais que queira não encontro paralelos no meu mundo pequeno que me permitam aproximar a tragédia, perceber o incompreensível, imaginar-me verdadeiramente na pelo do outro. Desconfio, contudo, que esse é o nosso maior desafio e a nossa maior esperança para podermos continuar esta espantosa viagem.

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4 Responses to “ Na pele do outro ”

  1. 1
    #1 GIN Says:
    December 28th, 2003 at 3:38 pm

    Sabes Rui … quando me questiono tentando colocar-me no papel do outro diferencio os acidentes naturais dos provocados voluntariamente.
    Quer isto dizer que me pergunto: “como me sentiria se numa catástrofe natural me morresse toda a família, os meus filhos, muitos dos meus amigos?”. A resposta é sempre difícil de encontrar porque estamos na margem do “se” … mas nestes casos a sobrevivência parece-me ser acompanhada da inevitabilidade, da nossa impotência perante as forças da natureza física.
    Já tive que lidar com a inevitabilidade da morte de pessoas que amei profundamente, que não esqueço, que fazem parte de mim ainda hoje e a resposta é a mesma … a inevitabilidade, a impotência perante forças naturais que não dominamos magoam, deixam marcas mas vivemos com elas com relativa tranquilidade.
    Também já me perguntei muitas vezes: “como me sentiria se assassinassem a minha família toda, os meus filhos, os meus amigos?”. A resposta, torna-se mais complicada. Não há aqui a inevitabilidade, não há aqui forças naturais que não pudessem ser dominadas … não nos resta a possibilidade de fazermos uma sobrevivência tranquila, fica-nos a marca do ódio, do inexplicável, fica-nos a inquietação …
    Também já me perguntei muitas vezes: “Seria eu alguma vez capaz de cometer uma atrocidade destas?”. Refiro-me a um acto de violência sobre os outros. A resposta é clara e inequívoca – Não.
    A resposta a esta pergunta tem sido construída em torno daquilo que sabes ser comum: “ele fez isto, merecia que lhe fizessem o mesmo”. Não tenho este tipo de respostas. Acho que a minha formação pessoal me impediria em qualquer circunstância tomar uma atitude de violência sobre fosse quem fosse.
    Percebo o que queres dizer neste teu post, mas discordo do “somatório” de questões que colocas em pé de igualdade. Há lutos que se fazem mais simplesmente que outros porque compreendemos o que a vida tem de efémero, há outros que não os fazemos nunca porque têm origem na bestialidade. O mesmo se passa com a tentativa de nos colocarmos no papel do outro, há papéis que empaticamente conseguimos assumir como nossos, há outros que de todo não assumimos.

    Abraço

    GIN

  2. 2
    #2 GIN Says:
    December 28th, 2003 at 4:18 pm

    voltei de novo para te dizer que sempre que abro o teu blog me saltam coisas de publicidade … que tenha dado por ela, só me acontece com o teu … já te falaram disso?

    GIN

  3. 3
    #3 Rui MCB Says:
    December 28th, 2003 at 9:16 pm

    Publicidade: acabou de me acontecer e não sei bem porque acontece. Ninguém falou comigo sobre o assunto… Desconfio que está associada ao Interney (um serviço de rastreio de quantos estão on-line) que ao ser carregado abre algums pop up, digo isto porque a publicidade que vi era brasileira. Parece-me ser publicidade do Brasil. Vou desactivar o serviço para verificar se as pop up desaparecem.

    Na pele do outros: compreendo e subscrevo o que dizes. Por outras palavras, quando escrevia pensava que a lei, o entendimento dos homens, geralmente assente num sentido de proporcionalidade, tem grandes dificuldades em manter essa lógica perante a dimensão de uma tragédia. É curioso notar que é contudo perante o terror ( a tragédia de mão humana), a tal que mais dificilmente conseguimos entender, ou não entedemos de todo, que podemos encontrar alterantivas à fatalidade.

  4. 4
    #4 vmar Says:
    December 29th, 2003 at 12:09 am

    Mas há um aspecto nesta tragédia no Irão que, no meu ponto de vista, não devemos esquecer. Um sismo é uma catástrofe natural. O.K. Mas o número de mortos, feridos e desalojados é proporcional à pobreza, à fragilidade dos materiais de construção. Em países e locais onde as casas são de barro e palha, o número de mortos e desalojados é muito, muitíssimo superior aos geralmente contabilizados noutros locais e países mais prósperos, onde a construção civil obedece a outras regras e é de aço e betão. Portanto, numa catástrofe natural não é só a fatalidade a pesar. São também as desigualdades sociais. E essas são obra do homem.

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