Piada de caserna:
A mulher do soldado está prenha.
A mulher do sargento está grávida.
A mulher do oficial está em estado interessante.
Para contrabalançar e em certa medida contrariar a lógica denunciada na “A linguistica correcta“ o Ter Voz faz um ponto de ordem.
E a dada altura Luis Tito escreve: “Adufa-se que género é mais higiénico que sexo. Talvez, mas não é tão bom. As pessoas têm género mas fazem (ou não) sexo.
Talvez por isso, a ONU não comemore hoje a Declaração Universal dos Direitos do Homem que aprovou em 1948, mas sim a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Basta recordar o n.º1 do articulado para saber porquê:
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”
Naturalmente não sou um fundamentalista do imobilismo mas acho que exageramos. Vejo demasiada cosmética e pouco tutano. Pegando no exemplo da ONU, temo que o exagero que vemos nos leve num futuro próximo à Declaração Universal dos Direitos da Mulher do Homem à laia do “Portuguesas e portugueses…” só para reforçar mais um bocadinho a igualdade. Vai-se perdendo pelo caminho o sentido do ridículo. E talvez genica para agir sobre o problema.
Já agora, a mudança de sexo para género baseou-se, pelo que me contaram, em razões bem pouco louváveis. Foi mais uma vitória de um lobby conservador do que reflexo de uma qualquer correcção com as boas intenções desse outro exemplo da Declaração Universal. Deixou alegres os que acham que não se deve apresentar a palavra sexo num manual escolar. Reforçaram um tabu e ficaram felizes. Sempre é menos um pretexto para pôr as crianças a fazer perguntas e uma boa razão para acharem que depois desse dia deixaram o mundo muito melhor do que o encontraram. E andam nisto diplomatas do planeta inteiro. Por exmeplo aquando no Ano Internacional das Pessoas Idosas (1999) contaram-me que a discussão foi também muito intensa e deu origem a diversas reuniões internacionais (bons pretextos de viagens?). Eu próprio vi incrédulo, versões e mais versões dos mesmos documentos ora com old people, ora com old persons, ora com elder individuals, ora com elder persons… Para ser franco já nem sei bem em que é que se ficou, mas foi determinante e muito menos ofensiva da sensibilidade dos ditos a opção final, disso estou certo.
Ná. Por enquanto vou continuar a criticar esta moda admitindo como natural a excepção e não a regra. Tenham lá paciência.