Sim Canário mesmo, passarinho que canta de forma magnífica quando tem pela frente canarinha no ponto.
Como pode animalito tão minúsculo ser capaz de tanto volteio? Bem sei que não será ave dos tops do mundo animal, logo ao tão vizinho rouxinol pedirá meças, mas para quem se confinava ao suburbio, ouvir pela manhã aquele namoro sonoro vindo da gaiola próxima era um consolo. E de estimação foram ficando, ele malhado de castanho e preto com uma única pena branca na cauda, ela de tons amarelo-limão à moda das bolinhas fofas que vão habitando este mundo.
Tiveram prole em tão pequeno lar e foi uma alegria ver o ninho, o ovo e depois os pintos. Nasceu outro casal, genuína miniatura que viria a ter a sorte de se mudar para um semi-paraíso da passarada em casa de ornitólogo amador, uma sorte que os pais ainda partilhariam já perto do final da sua viagem.
Quem me dera ir mudando sempre para uma gaiola maior até não conseguir chegar ao fim do mundo.
Entretanto, enquanto andava por estes pensamentos, em Alvalade rugiu finalmente um Leão desaparecido.

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