Hoje calhou-me a mim ajudar a complicar a vida no regresso a casa a quem teve de fazer o início da A5 rumo a Cascais, ao final da tarde.
Em bom rigor, apanhei uma pranchada valente na traseira do bólide depois de um ameaço de choque em cadeia para quem procurava visitar as ruínas dos cabos Ávila.
Imaginem o que de pior podia acontecer (danos físicos à parte). Pois não aconteceu. O culpado reconheceu o erro, a seguradora é a mesma, o serviço da dita funcionou às mil maravilhas, a brigada apareceu apenas para constatar que sabíamos preencher a declaração amigável e que não estávamos a empatar (demasiado) o trânsito. Enfim, no fim acabámos a rir – não me diga que também é de Mem Martins?! – com o tipo da Brisa a pôr os pinos na estrada e a dizer que vinha fazer umas estatísticas. Quem dera ou INE, quem dera ao INE!
Termino o dia regressando a Lisboa num reboque manhoso onde após ter puxado pela conversa (a si o negócio correm sempre bem, não há crise hem?) fico a saber que hoje já nem um clássico como o Sporting-Porto dão trabalho (acidentes) que se vejam para animar uma noite na indústria dos reboques.
Descendo o Eixo Norte-Sul o condutor indigna-se com a rádio que anuncia trânsito congestionado rumo à 25 de Abril:
– Isto lá é trânsito! Olhe por si, tudo a andar bem!
Indignação que repetiria mais adiante em plena 5 de Outubro rematando, com um: o que nos vale é o dia 22 quando o pessoal começa a receber.
Tentando condoer-me com este negócio baseado na desgraça alheia tento amenizar: ao menos este mês o pessoal recebe a dobrar…
Sou de pronto fuzilado: Recebe? Acha que sim? Já o receberam a crédito, isso sim.
E pronto, estranho taxi este que me reboca junto com a carroça amolgada até ao mar da relatividade.