Vê-se e não se acredita!
Deixa chegar mais perto:é mesmo verdade!!!!
Comentários para quê?
Ao menos, o búlgaro Christo embrulha os monumentos de uma vez por todas.
O que nos vale é que ali bem perto, indiferentes
a este atentado ao pudor, perdão, ao poder do nosso património, crescem, luminosos, os nenúfares.
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Na sequência uma resposta crítica de Isabel Pires de Lima:
“Embora já não tenha nadinha a ver com a iniciativa em causa, permitam-me discordar do ponto de vista do nosso amigo Colaço.
Acho que o património não é coisa intocável e inutilizável para uma intervenção contemporânea e temporária, como será óbvio que seja o caso desta, de uma artista tão original e já tão cotada interna e externamente como Joana Vasconcelos. Esta é uma forma de dinamizar o património, de o interpretar nos dias de hoje, de o revisitar artísticamente. Por que é que não é aceitável uma intervenção deste tipo no património e é pacificamente aceite a utilização do património para um concerto ou tão só para um jantar de uma empresa? As únicas cautelas a ter são da ordem da atenção a ter à preservação física do monumento e da ordem da salvaguarda da sua dimensão simbólica. Ora a Torre de Belém não fica linda e tão feminina assim ataviada na Primavera lisboeta? Em breve retomará o seu ar sério, talvez no Outono…
Isabel Pires de Lima”
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E a réplica de António Colaço
“Olá Isabel, saúde.
2
Acabei de chegar de um fim-de-semana em cheio.
As tuas palavras foram um bálsamo no meu renovado amor “à preservação física do monumento e da ordem da salvaguarda da sua dimensão simbólica” o que pude comprovar com as belíssimas fotografias que trouxe para ti.
3
A sério, a sério, fico satisfeito por teres respondido aquilo que não passou de um sentido desabafo por ver um dos nossos ícones tão mal-tratado.
Adoro todas as propostas de arte pública sobretudo aquelas que acrescentam beleza ao acinzentado dos dias.
Esta intervenção em nada acrescenta. Apenas diminui.
É uma intervenção sanguessuga, percebes.
Diria o mesmo fosse qual fosse o nome do consagrado/a – “cotado” (coitado?) – que a assinasse.
4
Como te sentirias no regresso de Roma, Londres ou Paris, carregando na tua camera digital as propostas que eu, simples cidadão – artista plástico que jamais será “cotado” nas Bolsas-de-Vanguardismos-Inúteis – aqui, com amizade, te deixo?