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Quem ganha menos que 60% do rendimento mediano em Portugal?

Aqui como em outros países da União Europeia, num regime de painel nacional vai-se realizando o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), um inquérito rico e cheio de potencialidades que já tive o prazer de explorar na sua anterior e mais enfesada versão vigente durante boa parte da década de 90. O INE vai fazendo o que pode (que não é mais do aquilo que lhe deixam fazer) quanto à exploração dos dados, mas justificava-se outro tipo de investimento face à riqueza da base de dados em presença.
Fica o resumo e a ligação para o relatório completo.

“O Instituto Nacional de Estatística apresenta os principais indicadores sobre o risco de pobreza e a desigualdade na distribuição dos rendimentos monetários a partir dos resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) realizado em 2006.
De acordo com este inquérito, a população residente em situação de risco de pobreza era de 18% em 2006 (20% de acordo com o inquérito de 2004 e 19% em 2005).
A distribuição dos rendimentos caracterizava-se por uma acentuada desigualdade: o rendimento dos 20% da população com maior rendimento era 6,8 vezes o rendimento dos 20% da população com menor rendimento (6,9 nos dois anos anteriores).
À semelhança de 2005, o impacto das transferências sociais (excluindo pensões) na redução da taxa de risco de pobreza em 2006 foi de 7 pontos percentuais.”

3 replies on “Quem ganha menos que 60% do rendimento mediano em Portugal?”

“O INE vai fazendo o que pode (que não é mais do aquilo que lhe deixam fazer) quanto à exploração dos dados, mas justificava-se outro tipo de investimento face à riqueza da base de dados em presença.”

Seria possível explicitar o que podia ser feito adicionalmente?

E já agora, se puder indicar um link para um gráfico com a distribuição dos rendimentos da população sem ser o Coeficiente de Gini seria interessante. Algo como uma distribuição gaussiana, se tal for o caso….

Peça ao INE para lhe mostar o conjunto de perguntas recolhidas (quantitativas mas também qualitativas sobre as condições de vida e a percepção subjectiva dos indivíduos), tenha presente que são dados em painel e espreite o que se pode fazer em termos de estudar a pobreza sem olhar exclusivamente para dados monetários ou exclusivamente para “fotografias”. Há um mundo de análises complementares que já foram esporadicamente feitas com o painel anterior e que poderiam e deveriam ser acarinhadas perante estes dados. Se o INE não as faz que haja investigadores disponíveis para as fazer.
Não sei se esse gráfico foi construido.

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