Há gente para tudo e este que vos escreve já deu por si a contemplar, ora o Tejo, ora o cardume de tainhas que a poucos metros se deleitava em grande frenesim com os "nutrientes" que a cidade lhes mandava, devidamente canalizados.
Qual manada de gnus, qual bando de flamingos, as tainhas mordiscavam-se empurravam-se, afogavam-se para tentar engolir mais um fiapo do sempre surpreendente pitéu alfacinha. Impressionava a mole viva em todo o seu esplendor agitando as águas turvas do estuário. Até que… Pomba branca! Pomba branca! No meio da turba um reflexo? Outro bicho? Não, uma tainha albina destacava-se, esplendorosa, altiva, enorme, imperial.
Aconteceu isto há uns anos. Mais recentemente testemunhei espectáculo idêntico na zona da Expo. Bastaram-me então escassos segundos de contemplação para deslindar de novo no meio da maralha uma tainha albina! E outra, e mais outra!
Caro Vereador José Sá Fernandes, antes que no seu original afã económico junte às corvinas as pobres tainhas, sugiro-lhe uma alternativa: que tal um freak-show natural a pagantes para assistir a este emocionante espectáculo junto das várias saídas de esgoto da cidade? Poderíamos até cobrar um extra caso garantíssemos a presença das mutantes albinas no cardume do momento! Porquê ficarmos-nos por vencer o défice quando podemos alcançar o superavit?
Unir Lisboa à mesa, já! Afinal, pela boca morre o peixe.