Via Margens de Erro chegou ao "Eu Voto" uma iniciativa que pretende efectuar sondagens on-line entre todos os que desejarem participar. Aderi ao serviço e votei na sondagem sobre Lisboa e, pelo caminho, deparei com uma falha metodológica interamente evitável que introduz à partida um factor de erro que desconfio poderá ser relevante para o apuramento e comparação dos resultados da sondagem com os reais.

O erro está no boletim de voto apresentado. Este mimetiza em tudo o boletim genuíno que os eleitores de Lisboa irão encontrar quando forem às urnas, em tudo menos num detalhe: ao contrário do boletim real, este apresenta à frente do nome do movimento/organização/partido concorrente, o nome do cabeça de lista. Infelizmente também deveria ser assim de facto no acto eleitoral, particularmente nestas eleições em que se vota efectivamente numa lista pré-definida e num candidato a presidente concreto (e não a nomear num cenário pós eleitoral como sucede com o primeiro-ministro) e ainda mais particularmente numas eleições onde surge uma dúzia de candidatos, alguns dos quais desvinculados das marcas partidárias e que têm no seu nome a únca marca reconhecível para os eleitores.

Provavelmente esta distinção no boletim de voto foi intencional, mas julgo que num processo que quererá ganhar alguma credibilidade e que naturalmente ainda não a tem por ser novidade, introduzir este ruído adicional, à partida, não será benéfico.  Não será benéfico no sentido em que haverá muita gente que no Domingo irá ao engano votar no PS para eleger Helena Roseta, algo que só muito distraidamente acontecerá neste exercício electrónico bem mais esclarecedor.

Dito isto, uma última palavra para Helena Roseta e para o movimento que integra: não é com vinagre que se caçam moscas e esta de não colocar o nome da candidata no nome do movimento que foi criado há poucas horas (e que será a única identificação que surgirá no boletim de voto) é ingenuidade a mais. Admitamos que se tratam de custos de aprendizagem nesta navegação pelas terras poucos desbravadas dos movimentos de independentes. Custos elevados desconfio eu. O que é um facto é que nunca o saberemos… Ou saberemos fruto de algum "Eu voto"?

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