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Mandamentos que se guardam no bolso

1. Para destruir alguém pode bastar uma calúnia bem embrulhada.

2. Para construir boa reputação, uma vida inteira pode não chegar.

O grau de incerteza destas leis é directamente proporcional ao relevo dos cépticos numa dada sociedade, mas depende também da facilidade com que as calúnias são bem embrulhadas.

6 replies on “Mandamentos que se guardam no bolso”

Caro Rui,

Não percebo a tentativa de braqueamento do que se tem passado com o currículo de José Sócrates.

Parece (digo, parece!) bem mais que uma “calúnia bem embrulhada”…

Tirando a parte de não poder usar o título de engenheiro – o que me parece mais um problema de nomenclatura profissional do que de logro à sociedade já que é efectivamente licenciado em Engenharia civil – ainda estou para ver provas do resto que se insinua. Quantas vezes não viu jornalistas a chamar doutor ou engenheiro a políticos que não o eram? Um costume terrível este… O que me revolta um pouquito é que partindo de um erro ou mesmo de um tique algo provinciano patente no currículo está-se a querer extrapolar para bem mais do que isso sem prova cabal.

E até lá, até haver provas de malfeitoria, é como o Pedro diz, há muitas parecenças e eu acrescentaria também alguns “lapsos” jornalísticos cirúrgicos como o de dizer que também não tem MBA-que-afinal-até-tem, bem como alguns artigos que cavalgam a ignorância alheia como o “escândalo” das 70 alterações à biografia na wikipédia (algo tão relevante quanto contar quantas vezes a estátua do marques de pombal é pichada por mês).

De facto, não se pode branquear isto. Nem para um lado, nem para o outro. Se do lado do escrutínio do currículo do PM me parece que tudo será esmiuçado (onde está o branqueamento??) do outro lado já me parece que as sacanices evidentes vão sendo esquecidas perante a lógica de linchamento que reina.

Eu nunca questionei a questão do título de engenheiro. Parece-me uma questão menor.

O que interessa é saber os termos em que lhe foram dadas equivalências e a forma como a Independente lhe conferiu o grau de licenciado…

Sim Pedro, isso parece-me o mais relevante. Mas continuo a aguardar por mais do que “estranhas” falhas processuais para me atrever a qualquer juízo. Até lá os factos resumem-se a processos de intenções.

Se fizéssemos este mesmo exercício com todos os “doutores” e “engenheiros” alegadamente formados no mesmo período de Sócrates, corríamos o risco de ficar sem “doutores” e “engenheiros”!

O que talvez resultasse numa mais-valia para o país, na medida em podia passar a ser governado por gente com competências comprovadamente adquiridas na vida real, em vez de competências “encanudadasâ€?…

Não será esta cultura de tomarmos como reais as competências teóricas “encanudadasâ€? numa faculdade, guindando os “encanudadosâ€? logo à partida às posições cimeiras da governação, sem lhes darmos a oportunidade de confrontar a teoria com a prática num período razoável de aprendizagem em envolventes competitivas, o que nos tem (des)governado até à cauda da Europa desenvolvida?

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