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A caminho das terras menos baixas

Chuva na Beira Baixa

Vou de viagem, passarei nas berças os próximos dias, longe destes zeros e uns frenéticos.

Espero que no regresso o ambiente na capital ande mais respirável e respeitável.

No meio da confusão e facilitismo que reina em algumas universidade privadas, José Sócrates, neste mundo onde se vão sucedendo os culpados até prova em contrário, vai ter dificuldades em limpar a imagem, por mais justo e sério tenha eventualmente sido.

No final deste processo e a menos que se prove algum dolo evidente por parte do actual Primeiro Minístro (PM), podemos desde já antecipar que vamos acabar ficando com um licenciado em engenharia civil a dirigir o país, mais fragilizado por este fait divers do que pelas políticas e reformas governativas que patrocina.

Mais uma vez se provará que a inversão do ónus da prova compensa, que a pressão pode fazer ricochete, que a insinuação e a mentira táctica continuam a ser um precioso catalizador daquilo que se quer como notícia e que o provincianismo (colectivo e provavelmente do PM) se paga caro.

Mas restará ainda algo por definir, algo que dependerá dos portugueses: avaliar o que fazer com o desfecho do processo. Nessa altura cá estaremos para, no contexto em que vivemos, averiguar com que luxos nos poderemos presentear tanto na forma como encaramos os políticos eleitos quanto na forma como digerimos a imprensa que temos. Num processo destes não poderá ser só a credibilidade do político a estar em causa.

Num país habitualmente catalogado como sendo coutada de carneiradas eufórico-depressivas, há que fazer a pedagogia da proporcionalidade e do sentido crítico. Particularmente nestes momentos de frenesim. 

Até breve e fiquem bem!

4 replies on “A caminho das terras menos baixas”

É de facto um país marcado pelas coutadas de carneiros eufórico-depressivas, e por complexos de diversa ordem.

O que considero estranho é que se considere uma facto de somenos importância, um boato, quando é o próprio gabinete do PM que altera sucessivamente a biografia de Sócrates à medida que determinadas situações são reveladas. Deste o Engenheiro que perdeu o título – a usurpação do título não é inocente nem involuntário, que exibindo uma personagem complexada – até à Pós-Graduação que deixou de constar no currículo.

Qualquer pessoa que presta declarações falsas numa empresa, e nos processos de recrutamento do Estado, pode ser alvo de despedimento sumário. Há regime de excepção?

Porque será que fez questão de se apresentar como multi-habilitado? Dirigentes políticos, que existiram e existem, possuiam poucos Conhecimento, e não se sentiram obrigados a criar uma personagem paralela…

Cumprimentos e bom descanso.

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