Isto está tudo ao contrário. No Público deveriam ter começado por mudar a direcção. O que se fez? Mudou quase tudo menos isso.
No Diário de Notícias passou-se o ano a construir uma redação muito à custa da sangria do Público. Quando o plantel aparentou estar completo e começou a treinar correu-se em bloco com a direcção. Parece-me pena demasiado pesada para um breve pecadilho de "causas" e parece-me até má pontaria quanto às causas das (generalizadas) perdas de audiência… O que é bem verdade (como ontem mesmo aqui se sublinhava) é que o DN não existe para a Internet, existe apenas pobremente na Internet. Mantêm-se estagnado neste meio, nem edição on-line, nem uns míseros comentários, nada. Claramente aquela redação tinha, tem, de ser posta a render de outras maneiras. Duvido contudo que esse aspecto, geralmente ligado a investimentos de arranque significativos se possa imputar integralmente à direcção do jornal, ou pode senhor Joaquim Oliveira?
É esperar para ver, mas pela minha parte estou à espera do Murphy ao virar da esquina, da lei de Murphy. Espero não ter de vir aqui clamar em breve por uma edição em Português do El País.
Adenda III – alguns destaques na blogoesfera sobre o mesmo assunto (em actualização):
- Luis M. Jorge em A Vida Breve: "DN."
- Listagens de posts via Blogservatório.
- Vendas do DN ao longo dos últimos seis anos no Diário Económico.
7 replies on “Jornais de referência: a vez do DN (actualizado)”
A culpa não é só da direcção! Quem conhece o jornal, sabe que o DN tem vindo a perder credibilidade diariamente desde que começaram a pôr estagiários a mandar em redactores com anos de profissão. A direcção nem passava lá muito tempo… A culpa residirá mais na estrutura intermédia, nos executivos, diz-me quem já lá trabalhou.
Luís, no DN o que vale não é a lei de Murphy, mas o princípio de Peter. De Peter Pan, se quiser. Se a direcção do DN tem responsabilidade nalguma coisa é saber dos erros que têm sido cometidos enquanto está fora e não ter feito nada. Aquilo é a subversão total e eles para não se chatearem muito deixaram andar. Não queriam chatices, acabaram despedidos. Sem glória. E continuam lá os principais responsáveis por este status quo. São os suspeitos do costume, os que se mantêm anos e anos a fio, fazendo o que querem a seu bel prazer. E que se defendem todos uns aos outros nestas alturas.
Luís, no DN o que vale não é a lei de Murphy, mas o princípio de Peter. De Peter Pan, se quiser. Se a direcção do DN tem responsabilidade nalguma coisa é saber dos erros que têm sido cometidos enquanto está fora e não ter feito nada. Aquilo é a subversão total e eles para não se chatearem muito deixaram andar. Não queriam chatices, acabaram despedidos. Sem glória. E continuam lá os principais responsáveis por este status quo. São os suspeitos do costume, os que se mantêm anos e anos a fio, fazendo o que querem a seu bel prazer. E que se defendem todos uns aos outros nestas alturas.
Talvez o Pedro tenha razão. Há algumas pistas (ou tiques) que podem encaixar nessa teoria, mas não tenho informação privilegiada para confirmar.
Desde 2003 o DN já teve três directores, fora os interinos. Só no pós 25 de Abril houve tanta rotação. Aproxima-se o quarto… Até prova em contrário só se vêem chicotadas psicológicas.
Os joaquins oliveiras da nossa imprensa terão alguma culpa, mas nem serão os mais culpados. As sucessivas direcções dos jornais pactuam com os cortes que os obrigam a contratar estagiários atrás de estagiários – e contratar aqui é muitas vezes um eufemismo, trabalham à borla até acabar o “contrato” e depois têm de dar o lugar a outro!
Na fotografia ainda é pior, é evidente a negociata entre alguns editores (nem todos, claro, e não me estou a referir ao DN em particular) e algumas agências: “eu publico aqui os vossos trabalhos e vocês publicam lá os meus”.
Os próprios fotojornalistas têm culpas por elegerem para o sindicato os seus… editores, isto é, aqueles que são pagos para os obrigarem a trabalhar muito mais horas sem a devida retribuição.
Há também a publicidade disfarçada de artigo, especialmente nas revistas de fim-de-semana em pseudo-artigos de moda… ou a falta de cultura jornalística de muitos repórteres que se julgam uns escritores… etc, etc, …este tema dava para escrever uma tese.
Devo confessar que sou um leitor assiduo do DN e que gostava bastante na linha editorial que tinha desde que o António José Teixeira e restante equipa. Aliás, muito melhor que a de Miguel Coutinho, ou mesmo Mário Bettencourt Resendes. Eu era leitor do Público e mudei para o DN porque se tornou num jornal muito melhor, mais completo e com melhor jornalismo. Pelos nomes que têm vindo a ser avançados para a nova direcção, parece que querem tornar o DN em mais um jornal popularucho, a bem das audîências, claro, porque o resto é conversa!
[…] ainda no campo dos jornais de referência, a blogosfera abordava, a 16 de Fevereiro, a demissão da Direcção do Diário de […]