Obrigado pelos votos. É mesmo só uma ligeira coceira, nada que um sopro de palavras não cure.
Pôs-me a pensar onde é que "aprendi" algumas das coisas mais interessantes ao longo destes 30 e poucos anos e tenho de concluir que o livro, mais dado a mediações conscientes de aprendizagem (para pegar na sua definição), se limitou muitas vezes a auxiliar de memória, instrumento de rara frequência. Houve livros valiosíssimos, auto-induzidos que terão deixado marcas, sem dúvida, mas diria que mais em qualidade que em quantidade… Provavelmente em quantidade insuficiente para ficar bem num inquérito. Nem na escola os lentes me ensinaram grandes coisas, preferi sempre os outros professores, mais astutos na arte de pôr a pensar. Ora aí está, o livro talvez seja hoje, no ensino (tantas vezes pretexto para o primeiro contacto), uma pobre bengala que, se mal usada, faz tudo menos levar à aprendizagem. Ainda prolifera no nosso bacoco ensino supeior muito feudo que promove o espírito (em exclusivo, e é esse o mal) do: "Se empinar o livro estou safo". Digerir é que é pior. E agora passei da coceira aos problemas digestivos. Isto está bonito 🙂
O livro é importante, os resultados deste tipo de inquéritos será interessante para analizar quantitativamente o fenómeno da leitura (de preferência numa análise cronológica e não pontual) mas parecem-me algo extemporâneas as suas questões. Há muito tempo que há muito mais do que as folhas dos livros para nos ajudarem a fazer o nosso caminho. Sem que daí venha ao mundo grande drama ou perplexidade.
Bom fim de semana!