"No meu corpo mando eu" grita ela com cartaz na mão na via pública e eu atiro-lhe com o Homem Aranha que me parece bem mais sábio do que a concidadã:
"With great power comes great responsability".
Queres ver que ele vota não? Pergunta o leitor mais polítizado. Não, não votarei "Não". Ou por outras, sim, votarei no "Sim" no referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas.
E voto também para que toda a mulher se perceba dona do seu corpo ao ponto de que todas interiorizem a responsabilidade que isso acarreta. Por muito ruído que se levante não se referenda mais do que aquilo que se pergunta. Que no dia seguinte se faça cumprir a lei, senão não vale a pena. Ou será que daqui a uns tempos estamos a discutir as mulheres que estão a ser julgadas por terem praticado o aborto às 11, 12 ou 13 semanas como sendo vítimas? Por muito incómoda que seja a questão e complexa em termos sociais tem mesmo de haver um limite de responsabilização e, em bom rigor ao referendarmos a lei é isso que deveria estar em causa. Uns defendem que é no momento da concepção, os outros admitem prolongá-lo até às 10 semanas.
Se o referendo resultar num voto maioritário no "Sim", a criminalização começa às 10 semanas e um dia. Certo?