" (…) Existe auto-censura quanto a Angola e uma interiorização pela comunicação social da agenda dos interesses e dos negócios, com considerável indiferença quanto ao resto: situação social, miséria, corrupção da classe dirigente, riqueza e ostentação, democracia, violência. Angola é um caso típico de uma coligação de silêncios, da fragilidade do nosso jornalismo."
Excelente pergunta a de José Pacheco Pereira. Um mistério com vários anos, interrompido muito esporadicamente, demasiado esporadicamente. E ainda que ache haver maiores danos por aí (pela omissão jornalística) do que pela via política (até porque a escassez de informação condiciona ou liberta o leque de opções políticas), pergunto a propósito, se só eu é que fiquei incomodado com aqueles elogios tão…. gratos, diria mesmo sinceramente fundados na surpresa, por parte de José Eduardo dos Santos a José Sócrates depois dos encómios generosos que este lhe havia dirigido? É o pragmatísmo de Sócrates? Talvez. Mas gostava de ter a certeza que havia alguma dose de cinísmo diplomático da sua parte. Haveria? Ou será que José Sócrates também não sabe nada do que se passa em Angola?
O Diário Económico, caro José Pacheco Pereira ajuda a responder um bocadinho (mas mesmo só um bocadinho) à sua pergunta.