A propósito de algumas notícias relativas ao Investimento empresarial que sairam hoje na imprensa especializada e que se inspiram no Inquérito ao Investimento ontem divulgado pelo INE, deixo aqui alguns dados históricos relativos a esse mesmo inquérito (disponíveis mediante pesquisa aqui) que deverão ser tidos em conta para valorizar devidamente a previsão de aumento do investimento para 2006.
Comparando exclusivamente os inquéritos ao Investimento empresarial efectuados até Janeiro de cada ano atente-se ao seguinte gráfico:
Todos estes inquéritos foram realizados ao longo dos últimos meses de um determinado ano (n-1) tendo o período de recolha de informação terminado nos primeiros dias do ano n. Parece evidente que ao longo dos últimos anos as primeira previsões que os empresários fazem do investimento que realizarão no ano que acabou de começar pecam sistematicamente por excesso. As revisões posteriores são por vezes muito elevadas. O principal facto que resulta do inquérito ontem divulgado (relativo a 2006) é meramente indicativo. Qual a indicação? Apesar de a variação prevista poder estar sobrevalorizada – no passado assim foi, no futuro se verá – o valor de partida é o mais elevado dos últimos anos. Mas cuidado com o valor facial da variação. Esta primeira previsão acaba por dizer muito pouco quanto àquele que será o nível (e a variação) final do investimento a realizar efectivamente em 2006.