Há uma semana uma das pivot da Sic Notícias disse em entrevista que não votava para manter a imparcialidade face à política.
Há pouco, no Livro Aberto, ouvi José Rodrigues dos Santos dizer que não vai votar desde que apresenta o Telejornal para manter a independência política.
Será que só eu é que fico de queixo caído? O que é que andam a ensinar nas escolas de jornalísmo deste país? O celibato de opinião não é uma opção para quem tem neurónios. E quem os tem também não acredita que este exista, por mais pias que sejam as intenções de quem o diz praticar. Não, o garante da maior imparcialidade possível não está por aí. Que tal seguir outros exemplos?
3 replies on “Os bons jornalistas são eunucos políticos”
Isto da netralidade política é um pouco como o jogo da sueca na minha terra (pelo adufe, talvez na nossa?).
Joga-se de “arreda queixo”. Só bebem os que ganham, mas pagam os que perdem. No fim do jogo, os que estão por fora “racham lenha”, mas também se dirigem ao balcão.
Caro Rui,
De facto, isso é risível. Particularmente no caso de José Rodrigues dos Santos que escreveu um livro (A Verdade da Guerra) onde defende (sem pés nem cabeça) o primado da subjectividade no jornalismo. Mas se tudo é subjectivo, como sustenta, porque é que se preocupa agora com a independencia política que mais não é do que uma expressão de objectividade?
*É claro que nada supera no disparate a estrambólica ideia de que a independência política se obtém… não votando. Como que dessa forma se pudesse parar o pensamento…
Fernando Correia? Sim, um belo exemplo de amor a um clube e de objectividade jornalística.
Fantástico. Não conseguem diferenciar a opção política pessoal, traduzida em voto, do distanciamento público necessário ao exercício da profissão. Não sei se isto é fruto de um ensino deficiente ou de uma certa cultura profissional que se adquire nas redacções, mas algo está muito mal neste reino se alguns dos seus mais mediáticos representantes pensam desta forma.