A propósito destes meus considerandos e subsequente desafio, a Tati escreveu o seguinte no seu "Sem Pénis, nem inveja – Veneno com … açucar":
" «Porque há tão poucas mulheres bloggers na blogoesfera a ter "intervenção política" ou mesmo a fazer da opinião política tema relevante dos seus blogues? Quem diz bloggers diz não bloggers e fora dos blogues. Estarei enganado? Não é isto um facto? … E tu Tati?»
Caríssimo Rui,
Respondo, pela mesma ordem: sim, não e aqui me tens. Resumindo: quem da intervenção política faz substância de blog são as mulheres. Ponto. E nem demora a justificação. Faz a fineza de descer ao parágrafo seguinte e seguir a rodilha do meu pensamento.
Os blogs femininos, como concluiu a Miss Pearls no Ciclo Falar de Blogues, tratam de temas tão diversos como a técnica de bem aplicar uma tinta no cabelo, conjugalidades, férias – a verdadeira promoção de Portugal no estrangeiro é feita por nós, giríssimas, encantadoras, bronzeadas e muito, muito alinhadas -, segredos culinários, pedagogia, dicas de beleza e moda, saúde, poesia, lingerie, literatura, compras – logo economia! -, teias sociais, pintura, cultura, segurança, como dar a volta ao parceiro sem ao encolher de ombros fazer guerra, o mesmo no emprego, com a empregada, a sogra, a amiga e a vizinha do terceiro que empesta o elevador com fina mistura de essências de tabaco e ópio – não a mandar à – – – – – é diplomacia de primeira!
E depois, há a conhecida realidade da gestão dos sempre escassos recursos domésticos. Somas as primeiras a saber «de facto», e não por enganosas oratórias, a tragédia da economia, da falência dos valores, dos afectos, da educação (não descuidamos os filhos), da saúde (aguentamos filas acompanhando o sogro ou a Madalena ao centro de saúde), da justiça (para nos divorciarmos enrugamos como passas algarvias), das finanças, da conflitualidade na rua, no bairro e no mundo.
Isto não é política? O que é então? Mas entendi, sim, Rui. Dessa política que a muitos encanta, a maioria de nós quer distância ou intervém com uma postura em muito diferente da vossa. A bissectriz é que importa. Dela se fazem os dias."
Quem sou eu para discordar. Fico um pouco mais descansado quando persistir em abordar teimosamente aquilo que não passa de outra abordagem da política. No final, como diz a Tati,a bissectriz é que importa.
P.S.: A Isabela também respondeu, assim.