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Blogologia

Quem tem medo da blogoesfera? (act. II)

NOTA: a discussão segue interessante nos comentários a este post.

Temos porras está visto! Olha a bela da micro-causa a nascer:

"

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Lei n.º 53/2005
de 8 de Novembro

Cria a ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social,
extinguindo a Alta Autoridade para a Comunicação Social

Artigo 6.º
Âmbito de intervenção
Estão sujeitas à supervisão e intervenção do conselho regulador todas as entidades que, sob jurisdição do Estado Português, prossigam actividades de comunicação social, designadamente:

a) As agências noticiosas;

e) As pessoas singulares ou colectivas que disponibilizem regularmente ao público, através de redes de comunicações electrónicas, conteúdos submetidos a tratamento editorial e organizados como um todo coerente.

" Via Blasfémias.

Não sei quem define os conceitos, mas este blogue está demasiado longe de ser um todo coerente, digo eu. Às armas! Às armas! Que afinal não nos basta a lei geral. Espero que tudo isto não passe de over-reacting da nossa parte.

Adenda: Via Contra Factos chego à versão integral

23 replies on “Quem tem medo da blogoesfera? (act. II)”

Rui,
Temos de colocar nos comentários coisas do género: “Tenta ser coerente no que escreves!” e também “Enquanto este blog não tiver tratamento editorial nunca irá a lado nenhum!

Pode ser que estes comentários depois sirvam como atenuantes!

🙂

Parece-me bem Marco! Tenho que ir lá ao “Povo de Baha” deixar o meu contributo 🙂

Boa pergunta Leonel, deve ser algo que é feito numa unidade de infecto-contagiosos 🙂

Cá por mim, estou-me nas tintas.
A publicação do Tugir (Blogger) até é feita nos States!!! (se a netcabo deixar, claro)
🙂

Ö Rui, ou lele ou xexe, decide-te, pa! 🙂

e parece-me q estas a exagerar…ligeirante. n vejo como poderia a entidade reguladora agir sem atrair p o pais a fama de controlero, tipo republica popular.

Fica Lélé que é nome de família.

Já temos fama de tanta coisa ruim que mais uma ou menos uma pode nem ser vista como grande mal. Já diz o célebre ditado: Mais vale exagerar para não remediar.

Não sei se não percebo ou se não quero perceber!

Então, eu vou deixar de ler blogs que se têm assumido escritos por pessoas de bem, com opiniões claras sobre as coisas do mundo?

Vou copiar o seu post e publicá-lo, na presunção de que o Rui consente.
Obrigado.

quero ser do contra.
ontem aqui havia um post peneirento, partilhando das peneiras da blogosfera portuguesa – os jornalistas não nos ligam, não nos dão a importância que merecemos, que ganhámos. o tom de muita reflexão auto-blogosférica é “olha para nós, tão belos e importantes, e influenciadores”. no fundo o problema de tanto bloguista é um complexo (não mero psicológico) “eu quero ser jornalista”, quero um jornal em casa, o meu brinquedo é um jornal. Isto é óbvio no discurso constante, isto chega a ser pungente (se o silêncio dos jornais sobre os blogs é ridículo o atrevimento dos blogs diante dos jornais é abstruso)

Agora que há uma formulação (também ela absurda: o que é uma linha coerente, um tratamento?) que entende o bloguismo como similar a uma actividade de “comunicação” (“informação”) temos os queridos bloguistas a protestarem.

Acho que convinha decidirem-se. Que resolvam o problemazinho com o alter ego jornalistico ( o comentário político, o atentado bombista, o crime pedófilo, o terrramoto etc e tal – foda-se, há jornais para isso, porque não falam da vida?), a aspiração de vidinha encerrada em casa, o “grande reporter”, o “opinion maker” que todos querem ser. Porque se é isso que querem ser, e parece óbvio que é, então como é que têm lata para protestar que os tratem como candidatos a comunicação social?

Isto é absolutamente execrável, há tipos que têm blogs de campanha política, explícitos, e vêm protestar com o facto de “o Estado” querer ter um supervisão sobre isso [só um imbecil, e isto cansa tanto, só um energúmeno não percebe que o tal “Estado” é sociedade. Só um tarado ideológico continua com essa conversa dualista]

Esta pantominice mete nojo

(leio blogs de merda, gajos a insistirem em acusações não realizadas de pedofilia, acusações de corrupção, palhaços anónimos, os tais blogs políticos explícitos, campanhas, blogs de mentideros diplomáticos, piadas sobre vida sexual, blogs de putas à venda, publicidade envolvida (o meu tem, dei licença e acho muito bem que se apoie) e aqui d’el-rei que haja um controle nisto, big brother etc e tal – ninguém tem vergonha na cara? ou por outra, tá tudo parvo?)

ok, a formulação do tal documento é ridícula. e os meneios e vaidades blogadoras, não são piores?

meti texto remetendo para aqui. para quem aqui chegar por essa via queria informar que os palavrões e as pragas que gostaria de juntar a esta minha argumentação foram auto-censurados apenas porque o blog não é o meu. MAs estão cá. Todos, bem soletrados. Isto não é pungente, como coloquei acima. É absolutamente execrável

Bem, bem. Caro JPT o texto de ante-ontem referia-se exclusivamente a uma entrevista de jornalistas com jornalistas onde em mais de uma hora de conversa não fui capaz de ouvir um aspecto positivo sobre os blogues, ou melhor, sempre que se aventava com algum aspecto potencialmente favorável surgiam logo três ou quatro ultrajantes para não dizer mais. Por isso mantenho o que escrevi e remeto o umbiguismo para eles: precisam de espelhos pois no mínimo partilham as críticas/defeitos que apontaram à blogoesfera.

Veja bem caro, JPT, num debate de jornalistas (e execptuando a peça de contextualização) apenas encararam os blogues enquanto instrumentos de para-jornalistas, ou melhor, antros de maldicência e de jogo político sujo, repletos de abjectos anónimos. Naturalmente o tom de superioridade e de integridade inquestionável que os jornalistas em presença se auto-atribuiram também contribuiu para a reacção, pois acho que essa dessacralização do jornalista é saudável e também passa pela blogoesfera. Volto a dizer: os jornalistas que se vejam ao espelho. Naturalmente o JPT entrou na questão vindo de outras guerras com outros bloggers; pelo que leio trouxe mais preconceitos para a conversa do que qualquer um dos bloggers que assitiram ao debate (na minha opinião as reacções até foram muito cordatas, talvez por esta reacção de alguns jornalistas não ser fenómeno novo).

Quanto à questão concreta deste post levou ao desabrochar da teoria preconceituosa do JPT pela teoria das conincidências. Eu nem quero afirmar que o que diz não tenha cabimento, apenas digo que para mim, pelo que penso e pelo que tenho feito aqui no adufe, não tem. Mas este é apenas um blogue…
Por aquilo que acho ser a natureza de um blogue (local público de emissão de opinião) não vejo que haja qualquer necessidade de uma entidade reguladora. Tal como essa entidade reguladora não tem nada que se emiscuir nas secções de opinião de qualquer jornal. Quem emite a opinião é responsável por ela e tem a lei geral a enquadra-la. Quando muito poderia haver uma alteração legislativa que facilitásse a identificação dos opinadores anónimos quando alguém se sente lesado pela opinião veiculada, mas julgo que até por aí a lei existente tem sido capaz de dar conta do recada. De qualquer forma isto não tem nada a ver com uma entidade reguladora. Esquecendo se isto se trata de uma reacção corporativa dos blogues ou não, qual é a opinião do jpt sobre isto? Uma blogue de opinião política deve ser regulado como um jornal? O regulador pode ter algo a dizer quanto ao que se escreve nas secções de opinião de um jornal?
Se já tenho algumas dificuldades em perceber qual pode ser o papel de um regulador ao nível da imprensa tradicional, menos ainda percebo o seu papel juntoo da blogoesfera.
Um abraço!

Caro Rui, já agora uma pergunta: depois de leres o texto original manténs os teus negritos destacados?

Não retirando uma vírgula ao desabafo do jpt, que subscrevo NA �NTEGRA, palavrões e pragas incluídas, aconselho a leitura atenta (e sem negritos) da lei. Depois venham cá falar em blogs.

não se admirem se de vez em quando aparecer no “Nova floresta” umas fotos de gajas nuas. Isto para alêm de aumentar audiências, ao colocar postais completamente descabidos dos restantes a Nova Floresta perderá o seu “todo coerente” e assim saírá fora da alçada da lei do açaime.

Li sobre grandes ultrajes, mas entre os ultrajados e os que ultrajam não encontrei nada que me pareça justificar tanto bit trocado.

Je m’em fous!

Nisso dou-te apoio: both eyes open. Uma lei pode ter interpretações. Apesar do que já escrevi (e se tiveres pachorra lê o meu post sobre a lei), e de achar ridículas (quando não armadilhadas) algumas posições que tenho encontrado pela blogosfera, estou atento à evolução do tema. Não sei o que esperar dos envolvidos, dos legisladores aos órgãos dos jornalistas, acerca do futuro do jornalismo. Que obviamente está em mutação. Sempre esteve 🙂 Só falando de tecnologia, eu passei do chumbo ao offset ao desktop publishing, do telex ao fax ao telemóvel… Falando do ambiente, passei de uma Imprensa estatizada à liberalização de hoje. Passei e toda a classe passou, note-se; ainda cá andamos. E somos cada vez mais necessários.

Uma boa semana para todos e Paulo (já li o teu artigo, muito interessante) não te esqueças de passar pelo Retorta e espreitar o que o Mário escreve sobre o futuro do movable type.

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