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Política

E a micro-causa prossegue

A classe política no Reino Unido viu alguma utilidade na formalização de um código de conduta especificamente dirigido aos políticos que desempenham a sua acividade em cargos de representação local. Num país onde, pelo seu próprio sistema político, estes cargos assumem particular importância, é no mínimo curioso espreitar esse código de conduta em vigor desde finais de 2001. Notem que no mesmo sítio se encontram outros códigos de conduta para não políticos.

Não sei exactamente que tipo de consequências práticas tem tido, mas custa-me imaginar que o exercício tenha algum efeito nefasto. À partida, qualquer enunciação formal de princípios que devem nortear a conduta profissional e ética de um político parecem-me uma mais valia.

E por cá? O bom político não sente necessidade de ir um pouco mais além na formalização do que lhe é exigível? Talvez ajudasse a expulsar, ou complicar a vida, à má moeda que por aí anda, nascida e criada no seio dos maiores e menores partidos nacionais.

A dica para esta ligação ao código de conduta foi do Mário. Havendo um pouco de tempo investigarei outros códigos eventualmente disponíveis na net (aceitam-se dicas!). Pode muito bem daqui resultar uma sugestão de código de conduta que convidaremos os nossos políticos a apadrinharem.

Quando o que deveria ser intuitivo se apresenta como  algo secundário ou mesmo como um corpo estranho só há dois caminho: extirpar o corpo estranho ou reeducar a espécie. Mas … serão mesmo dois os caminhos quando o que está em causa é o respeito mínimo por algumas regras básicas que credibilizam a democracia?

Em jeito de mote: A inquietação e alguma indignação acompanhada de uma boa dose de acção criadora. São estes os instrumentos que terão de servir para encontrar um melhor caminho.

(publicado inicialmente às 12h05)

5 replies on “E a micro-causa prossegue”

Obrigada por nos trazer este importantíssimo tema.
Na sessão inicial das Novas Fronteiras, no Estoril, Vital Moreira lançou o apelo.
Quanto a mim, cidadã leiga mas interessada e participativa, falta-nos que a justiça seja, de facto, justiça.
Quando foi criada a figura de Provedor, porque será que SÓ se lhe atribuiu poderes consultivos?

No site referenciado, se clicarmos em What happens when the Code is breached?
lemos o seguinte:
The Standards Board will consider any written allegations it receives that allege a member has breached the Code.
If an allegation is referred for investigation, then an Ethical Standards Officer will carry out an independent investigation. If the investigation concludes that a matter is serious enough, they can refer the case to The Adjudication Panel for England. The Adjudication Panel is an independent statutory body who will make a final judgement. They may suspend a member for up to one year, or disqualify them from holding office for up to five years.

Faz toda a diferença, para combater a indiferença, para que O cidadão (subst.colectivo e verdadeiro público-alvo) CONTE, e não uns cidadãos, como até hoje.

Penso que Sócrates está a ir no caminho certo mas, sem resolver o problema da Justiça, dificilmente pode avançar para uma fase de democracia adulta e cidadã.
A inquietação e alguma indignação acompanhada de uma boa dose de acção criadora…acrescida do combate à indiferença perante O cidadão, ….

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