A classe política no Reino Unido viu alguma utilidade na formalização de um código de conduta especificamente dirigido aos políticos que desempenham a sua acividade em cargos de representação local. Num país onde, pelo seu próprio sistema político, estes cargos assumem particular importância, é no mínimo curioso espreitar esse código de conduta em vigor desde finais de 2001. Notem que no mesmo sítio se encontram outros códigos de conduta para não políticos.
Não sei exactamente que tipo de consequências práticas tem tido, mas custa-me imaginar que o exercício tenha algum efeito nefasto. À partida, qualquer enunciação formal de princípios que devem nortear a conduta profissional e ética de um político parecem-me uma mais valia.
E por cá? O bom político não sente necessidade de ir um pouco mais além na formalização do que lhe é exigível? Talvez ajudasse a expulsar, ou complicar a vida, à má moeda que por aí anda, nascida e criada no seio dos maiores e menores partidos nacionais.
A dica para esta ligação ao código de conduta foi do Mário. Havendo um pouco de tempo investigarei outros códigos eventualmente disponíveis na net (aceitam-se dicas!). Pode muito bem daqui resultar uma sugestão de código de conduta que convidaremos os nossos políticos a apadrinharem.
Quando o que deveria ser intuitivo se apresenta como algo secundário ou mesmo como um corpo estranho só há dois caminho: extirpar o corpo estranho ou reeducar a espécie. Mas … serão mesmo dois os caminhos quando o que está em causa é o respeito mínimo por algumas regras básicas que credibilizam a democracia?
Em jeito de mote: A inquietação e alguma indignação acompanhada de uma boa dose de acção criadora. São estes os instrumentos que terão de servir para encontrar um melhor caminho.
(publicado inicialmente às 12h05)