Uma limpeza a entrevista do Ministro da Finanças concedida à SIC, que se junta a um orçamento alguns furos acima da média do que vem sendo habitual.

Os tempos não são para euforias ou qualquer tipo de exacerbação, contudo, parece-me óbvio que precisamos de três anos em que as palavras e os actos sigam pelo rumo descrito pelo Ministro.

Pessoalmente deu para recuperar algum ânimo para aguentar os sacrifícios que se avizinham, bem como, para repudiar os lamentos hipócritas de alguns grupos de pressão do patronato e também dos trabalhadores que espreitam no horizonte.

Foi bom ouvir a desvalorização da importância imediata do projecto da OTA e a recusa da megalomania no TGV (ainda que este assunto ainda carece de esclarecimentos futuros). Foi bom ouvir que algumas das SCUT na regiões mais ricas do país passarão a ser portajadas num futuro próximo (2007?), em linha com o previsto no programa de governo do PS. Foi bom ver um retorno muito contido do benefícios fiscais via PPR. Foi bom perceber nas palavras do Ministro um enfoque na legislatura, numa lógica de "trabalho em progresso", onde o controlo do défice não será um fim, antes uma consequência.

O sucesso na recomposição da saúde do Estado depende do seguinto do rumo traçado, da resistência às pressões e da união interna no governo. Qualquer sinal de fraqueza deve ser prontamente resolvido pelo Primeiro-Ministro.

Entrámos num período de tolerância zero, ou quase. A carne está toda no assador senhores governantes, não façam merda. Para o bem de todos. Bom trabalho!

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